"Reconhecemos que há graves erros no novo ensino médio", diz Camilo

Declaração do ministro da Educação foi dada durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), admitiu nesta segunda-feira, 12, que há problemas no formato do novo ensino médio (NEM), suspenso pelo Governo Federal após críticas de professores, estudantes e especialistas no tema.

“Reconhecemos que há graves erros no novo ensino médio”, afirmou Camilo em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de hoje.

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“Problema na implementação, na infraestrutura, na formação de professores, na redução da carga horária”, acrescentou o ministro.

Ainda de acordo com Camilo, o governo prepara uma “ampla mudança” na modalidade de ensino, aprovada em 2017 e executada a partir de 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro no Planalto.

“Esse é o debate queremos fazer, vamos fazer uma ampla mudança, queremos sair desse debate de revoga ou não revoga”, respondeu o ex-governador do Ceará.

Entre os erros apontados no NEM, Camilo citou a redução de carga horária de algumas disciplinas.

“Foi um grande equívoco reduzir a carga horária da Base Nacional Comum Curricular. Você pode ter itinerários como formação complementar para os jovens, mas não que seja cobrado na prova do Enem, porque gera desigualdade”, argumentou.

Segundo ele, o MEC também elabora uma consulta entre estudantes, que deve ser lançada nesta semana, a fim de ouvir sugestões de alterações no ensino médio.

“Dia 14 agora vai sair consulta por WhatsApp para milhares de alunos”, anunciou.

Questionado se eventuais alterações na lei que instituiu o NEM devem ser encaminhadas via projeto de lei ou por meio de outra forma, como decreto presidencial, o titular da Educação ressaltou que o assunto será colocado em discussão com Lula.

O cronograma de execução do novo ensino médio foi suspenso em abril em meio à pressão de segmentos. O modelo, que estabelece um conjunto de itinerários formativos cuja elaboração estaria a cargo das próprias escolas, vinha sendo alvo de críticas.

À época, Camilo justificou a suspensão por falta de diálogo com os entes.

“Nós reconhecemos que não houve um diálogo mais aprofundado da sua implementação, não houve uma coordenação por parte do Ministério da Educação. O ministério foi omisso (durante o governo Bolsonaro), principalmente no período difícil que foi a pandemia nesse país, e há a necessidade de a gente poder rever toda essa discussão”, explicou.

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