CPMI do 8 de janeiro: base de Lula quer quebrar sigilos de Bolsonaro
Além do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também tem um pedido de convocação
16:20 | Jun. 12, 2023
Deputados da CPMI do 8 de janeiro desejam convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e quebrar os sigilos do ex-mandatário. No requerimento, a deputada Erika Hilton (Psol-SP) e o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) solicitam que Bolsonaro seja investigado.
Enquanto o deputado Rogério Correia (PT-MG) convoca o ex-presidente a prestar esclarecimentos à CPMI que investiga os ataques aos prédios do Congresso, em 8 de janeiro, além de pedir a quebra de seus sigilos.
Conforme apurou o portal Poder 360, os dados de convocações, convites e informações foram apresentados e catalogados pelo Senado até às 12 horas do último domingo, 11. Ao todo, foram 839 pedidos que serão votados na terça-feira, 13.
No documento, Hilton e Vieira utilizaram como justificativa o fato de Bolsonaro proferir frases que incitaram a invasão à sede da PF durante a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o bloqueio de rodovias e a tentativa de ataque ao Aeroporto de Brasília. Segundo a deputada, o estopim desse movimento foi a depredação dos prédios do Congresso, em 8 de janeiro.
“Essas falas de Bolsonaro tiveram uma posição de destaque e abrangência de desinformação no país, compondo um rol de motivações, que ao longo dos meses, foram alimentados por campanhas, praticas de atos violentos e atos antidemocráticos em todo o pais […]”, diz o requerimento.
Seguindo a mesma linha de investigação dos atos que antecederam os de 8 de janeiro, Rogério Correia solicita o acesso aos dados bancários, telefônicos e telemáticos de Bolsonaro. A solicitação da quebra de sigilos é referente ao dia 30 de outubro de 2022, data em que ocorreu o segundo turno das eleições, e ao dia 10 de janeiro de 2023.
Além do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também tem um pedido de convocação, apresentado por Hilton e Vieira. Os parlamentares mencionam o “gabinete do ódio” como uma “milícia digital” que atuaria para “minar as instituições democráticas” para convocar o vereador.
Além de Carlos, os outros dois filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro ( PL-SP) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estão inclusos na CPMI em outra categoria, como suplentes do colegiado.
Os parlamentares da oposição adotaram como estratégia direcionar o foco da CPMI para a eventual omissão do governo Lula (PT) no que se refere aos atos extremistas, colocando o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, como o principal alvo.
A oposição, contudo, não vê motivos para se preocupar agora com a convocação de Bolsonaro no momento presente, uma vez que a relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que essa é uma decisão a ser definida “ao longo do processo” do colegiado, após a análise de provas.
A relatora defende cautela e a realização de uma oitiva de Bolsonaro depois que as investigações estiverem progredindo.
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