Capitão Wagner: "Não há qualquer tentativa de me afastar do quartel nem dos policiais"

Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, o presidente da sigla projeta também caminho difícil para o partido na disputa

Presidente estadual do União Brasil, o ex-deputado federal, Capitão Wagner, negou que haja uma tentativa de se afastar dos agentes da segurança pública. Em fala neste domingo, 11, ele afirmou que apenas vem tentando se aproximar de “outros públicos”.

O atual secretário da Saúde de Maracanaú voltou às salas de aula e ministrou palestra no Curso Cuca Concurso, em Fortaleza, para cerca de mil alunos. O encontro foi voltado para alunos que tentarão o concurso da Guarda Municipal e marca a reaproximação com grupo estudantil na área da segurança. Wagner era oficial da Polícia Militar, mas atuava como também como palestrante.

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Durante a aula, ele citou experiências e lembrou histórias de quando estava na ativa para ilustrar as questões. O ex-deputado aposta em "ter os alunos como militantes” e ressalta que “não tem como se afastar” do grupo militar.

“Acho que é a maneira de aproximação da sala de aula com os alunos. Lógico que por ser policial, a gente não tem como se afastar. Meus amigos são policiais, têm eventos que são importantes, nos quárteis. Então, não há qualquer tentativa de me afastar do quartel nem dos policiais. Há a tentativa de me aproximar de outros públicos”, reafirmou.

Entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, Wagner esteve envolvido diretamente na articulação do motim da Polícia Militar e dos Corpo de Bombeiros no Estado. Em 2020, Wagner, entretanto, não teve participação direta nos atos. Quando disputou a Prefeitura de Fortaleza no mesmo ano, negou, diversas vezes, que tenha participado de forma direta no movimento. Wagner disse que sempre se posicionou contra e que estava apenas "mediando os interesses da Cidade".

Uma das principais críticas que o Capitão recebeu durante as campanhas à Prefeitura de Fortaleza e, mais recentemente, ao Governo do Estado, foi à falta de experiência administrativa, por sua trajetória política ser ligada ao Poder Legislativo. Foi questionado também sua atuação na área da segurança, pela carreira na corporação. 

Novamente como pré-candidato ao Paço Municipal, Wagner avalia que o cenário deve ser "equilibrado", mesmo com o resultado da avaliação do atual prefeito José Sarto (PDT) com 39% de ruim/péssimo, 42% de regular e 16% de ótimo/bom, conforme o Datafolha.

“Até o próximo ano, a tendência é essa avaliação melhorar. A gente não pode achar que o Sarto está fora da disputa porque hoje no cenário atual ele aparece em terceiro. A tendência é ele possa melhorar e estar no segundo turno. A gente tem três ou quatro candidaturas fortes que podem estar no segundo turno”, ressaltou.

No cenário nacional, ele negou que a cúpula da legenda venha fazendo pressão para seguir voto com o Governo Federal. Mesmo compondo a gestão em três ministérios, nacionalmente, o União Brasil tem oscilado no apoio no Congresso e encontrado a oposição constante da deputada Dayane do Capitão, esposa de Wagner.

Na votação da MP dos Ministérios, ela foi a única parlamentar do União cearense a votar contra a proposta, mesmo com o pedido do líder do partido na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento, da Bahia, para que os correligionários fossem favoráveis à aprovação. No panorama nacional, outros 14 parlamentares votaram contra.

"O partido tem uns espaços do Governo Federal, mas em nenhum momento nos pressionou a mudar de posição. Os deputados que são mais dependentes do governo naturalmente acompanham o governo nas votações, os que são mais independentes, como a Dayane, têm votado de forma independente sem qualquer pressão do partido”, ressaltou.

Ele fez ressalvas quando o partido fecha questão e os deputados precisam seguir a indicação. “Salva alguma situação em que fez questão porque o fechamento de questão obriga o deputado a voltar com o partido. Nos outros, ainda tá tendo liberdade e a gente está feliz com esse momento dela”, avaliou.

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