Operação da PF mira aliados de Lira, gera desgaste político e mudança no MEC

Investigação apura suspeitas de crimes na aquisição de kits de robótica em 43 municípios de Alagoas e teve como alvos nomes ligados ao presidente da Câmara dos Deputados

Desdobramentos da Operação Hefesto, realizada pela Polícia Federal (PF) no início de junho, gera desgaste político e repercute, inclusive, em pastas da administração federal como o Ministério da Educação (MEC), comandado pelo cearense Camilo Santana (PT). A operação tem entre os alvos Luciano Cavalcante, ex-assessor próximo ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

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Luciano deixou o cargo de assessor da liderança do Progressistas na Câmara no dia seguinte à operação da PF, que apura suspeitas de crimes na aquisição de kits de robótica em 43 municípios de Alagoas, comprados com verbas federais provenientes do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Um cofre cheio de dinheiro foi encontrado na ação.

Na mesma operação, a Polícia Federal apontou que Alexsander Moreira, que fazia parte dos quadros do MEC desde 2016, na gestão de Michel Temer (MDB), é suspeito de envolvimento no esquema dos kits de robótica alvo da investigação. A PF identificou movimentações financeiras suspeitas com valores superiores a R$ 700 mil e depósitos em espécie realizados entre outubro de 2021 e novembro de 2022.

Moreira ocupava cargo comissionado do MEC e era coordenador geral de apoio às Redes de Infraestrutura Educacional na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No governo Lula ele ocupava cargo na Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. O MEC afastou imediatamente o funcionário citado e prometeu colaborar com as investigações.

As investigações da PF sobre o suposto esquema fraudulento apontam que ao menos R$ 8,1 milhões teriam sido desviados na prática que atuava ilegalmente para gerar restrições e favorecer uma única empresa, a Megalic, que pertence a aliados de Arthur Lira. A investigação aponta que os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2019 e 2022.

Aliados políticos de Lira estranharam a proximidade da data da operação e da votação da medida provisória (MP) crucial para o governo Lula, sobre reestruturação de ministérios, que foi aprovada a duras penas na Câmara em votação iniciada no dia anterior ao qual a MP perderia a validade. Governistas descartam qualquer relação entre os acontecimentos.

No dia da operação da PF, Lira chegou a se encontrar com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para saber sobre a ação. No encontro, Dino teria informado que os mandados já haviam sido expedidos na metade de maio, portanto, antes de críticas públicas feitas por Lira à articulação política do governo, realizadas no último dia 31. Os mandados só foram cumpridos no início de junho porque alvos da operação estariam fora do país até o dia 28 de maio.

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