PF encontra plano golspista em celular de Mauro Cid, braço-direito de Bolsonaro

Além da minuta do golpe, Cid e Reis dialogavam estratégias de como convencer autoridades do Exército a colaborarem com a GLO

20:35 | Jun. 07, 2023

Por: Luíza Vieira
Bolsonaro e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens (foto: Reprodução / Twitter )

A Polícia Federal (PF) encontrou novas mensagens no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PF, o conteúdo investigado revela uma minuta golpista e um esboço para pôr em prática um eventual golpe de Estado.

No telefone de Cid, foi identificada uma minuta para a declaração de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que autoriza que o presidente da República convoque as Forças Armadas em ocasiões de perturbação da ordem.

A investigação não encontrou provas de que o conteúdo foi encaminhado a Bolsonaro por meio do aparelho celular, conforme a GloboNews. O material estava inserido em mensagens trocadas entre Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, detido na Operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua filha.

Além da minuta do golpe, Cid e Reis dialogavam estratégias de como convencer autoridades do Exército a colaborarem com a GLO.

Nesta terça-feira, 6, Mauro Cid esteve na sede da PF em Brasília para depor sobre o material encontrado pela PF no seu celular, contudo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro se recusou a falar.

No despacho que autorizava a oitiva, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relata que Cid “reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de Estado”.

A PF apura ainda se aliados de Bolsonaro tinham objetivo de alterar um decreto de Garantia de Lei e da Ordem e, depois, a minuta golpista encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Interlocutores do tenente-coronel, que foram identificados na perícia do celular, foram inseridos na investigação da PF, contudo, alguns nomes ainda não foram divulgados, uma vez que ocuparam cargos de destaque no governo passado.