Governo Lula retira da gestão Tarcísio policial que fez condução coercitiva do petista

Segundo informações de membros do governo paulista, o policial federal teme represálias devido à atual filiação partidária. No ano passado, foi candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Republicanos, mesma sigla de Tarcísio

A gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou o policial Danilo César Campetti (Republicanos) da equipe do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Campetti atuava como assessor de gabinete do governador, em São Paulo.

Durante a Operação Lava Jato, em 2016, o policial foi o responsável pela condução coercitiva de Lula e, em 2019, o escoltou após o petista ter liberdade provisória para ir ao velório do neto.

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De acordo com informações dadas por membros do governo paulista, o policial teme represálias devido à atual filiação partidária. No ano passado, foi candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Republicanos, mesma sigla de Tarcísio. Contudo, não se elegeu, sendo segundo suplente da legenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Campetti foi cedido em janeiro para assumir o cargo. No período em que Bolsonaro estava no poder, o policial desempenhou funções no ministério da Agricultura e, a partir de dezembro de 2021, no gabinete de Tarcísio, então ministro da Infraestrutura.

A liberação do policial acabou cancelada por Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, que alegou “baixo efetivo”. Campetti se apresentará ainda nesta segunda-feira, 5, na delegacia da PF em Ouro Preto (SP). Há receio de que o agente seja encaminhado para outra região do País.

A nomeação do policial foi publicada no Diário Oficial de São Paulo no dia 10 de janeiro de 2023.

Ele é um um apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que gerou revolta entre os aliados do PT. À época, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, entrou com representação na PF e no Ministério Público Federal contra o agente.

Há cerca de dois meses, interlocutores de Tarcísio consultaram o ministro da Justiça, Flávio Dino, e conseguiram adiar a saída de Campetti. Todavia, na última semana, membros do governo federal voltaram atrás da decisão e exigiram o retorno do servidor, alegando que era um pedido direto de Lula.

Dino não foi o único a ser procurado pelos aliados de Campetti. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o diretor-geral da PF, Andrei Passos, também foram consultados. Contudo, não conseguiram convencer o presidente.

Em nota, O Ministério da Justiça informou que ,“no dia 4 de janeiro de 2023, foi publicada portaria que determinou o recadastramento e retorno de todos os seus servidores cedidos”. Prosseguiu que a Presidência da República não participa de análises de pedidos de cessão.

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