RC joga para abril definição de aliança em Fortaleza e defende André no comando do PDT

O ex-prefeito afirmou que parte do partido "traiu" legenda ano passado

13:18 | Jun. 05, 2023

Por: Júlia Duarte
EX-PREFEITO é o atual presidente do PDT em Fortaleza (foto: Samuel Setubal)

Presidente municipal do PDT, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, jogou para abril do ano que vem a definição de quem serão os aliados em uma possível coligação visando a disputa do Paço Municipal. Em meio a um racha interno e afastamento de vereadores da base do prefeito José Sarto (PDT), RC avaliou que a legenda segue em diálogo "aberto", além de defender a permanência de André Figueiredo (PDT) como presidente da sigla.

Questionado sobre a fala de Domingos Filho, principal liderança do PSD no estado, que negou compromisso na eleição de 2024, RC elogiou o ex-vice governador e afirmou que o diálogo está em aberto. Domingos fez queixas sobre as pastas gerenciadas pelo PSD na gestão de Sarto e ressaltou que o partido tem uma participação "periférica". Ele negou qualquer comprometimento ou decisão em relação à reeleição de Sarto.

"O PDT tem conversado com vários aliados, o Domingos é um extraordinário companheiro, tenho uma gratidão profunda, firme, leal, da luta, um dos mais importantes parceiros da gestão do Sarto, claro que essas conversas vão se afunilar a partir de abril do próximo ano, agora é mais um ‘esquenta’, é mais manter um diálogo aberto, mas não haverá definição antes de abril do próximo ano. Até lá, só muita conversa", disse Roberto Cláudio, na sexta-feira, 2, durante a posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Na Câmara Municipal, RC e Sarto têm visto mudanças na base de apoio, com ex-aliados se tornando oposição, como no caso do PSB, com Leo Couto, ex-vice líder, e o vereador Eudes Briges. O ex-prefeito avaliou que garantir apoio tem sido "importante" para fortalecer a legenda. O grupo político de Elmano e do ministro Camilo Santana (PT) ampliou seu arco de alianças com a aproximação do Republicanos, liderado por Chiquinho Feitosa. 

"Na Câmara, presidente Gardel, o próprio prefeito Sarto, os vereadores da base têm se preocupado em garantir cada vez que é importante fortalecer o partido, bom lembrar que as coligações acabaram", afirmou, ao mencionar também que o partido vai revezar as cadeiras para que os suplentes assumam. "Você dar espaço para um suplente assumir é das formas de você prestigiar quem contribuiu com a chapa e quem milita dentro do partido", acrescentou.

RC defende André na presidência do PDT

Em meio à mobilização para que o senador Cid Gomes assuma a presidência estadual do PDT, RC levantou a bandeira de que André Figueiredo siga no comando. Hoje, o deputado acumula a presidência tanto do Ceará como a nacional do PDT e é cobrado por deputados sobre uma possível decisão quanto o apoio ao governador Elmano de Freitas (PT).

"Tá muito precoce, o mandato do André só de encerra em dezembro, tem um bom tempo para uma conversa político-partidária, é legitima as pretensões dentro do partido, a gente aprendeu e aprende a viver com opiniões distintas dentro do partido", ressaltou. 

Ele avaliou que a legenda ainda está "fissurada" após o "trauma" que a eleição criou, e mencionou que uma parte "minoritária" de deputados e prefeitos do partido "traiu" a legenda ao apoiar Elmano e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O racha levaria André, segundo RC, como o nome para liderar o partido.

"Eu tenho defendido que o partido se encontra fissurado ainda. Claro que o trauma pós-eleição criou circunstâncias muito complicadas, hoje o tempo trata de ir ajustando algumas coisas, mas perseveram teses distintas no partido. Quem queria ficar na oposição, quem queira ir para a base do Governo, quem queria dar um apoio mais crítico", afirmou.

E segue: "É natural que exista (divergência), porque existia antes da eleição. É bom lembrar que uma parte minoritária do partido, de deputados e prefeitos, já traiu o partido e não seguiu a orientação do partido para presidente e para governador, então isso começou lá atrás e isso persevera, as diferenças de opinião".