Governo demite diretor do MEC acusado de integrar esquema de desvios em kits de robótica

No entendimento da gestão, a demissão de Moreira ocorreu porque o servidor pode ter se omitido, sem impedir os eventuais desvios

16:37 | Jun. 05, 2023

Por: Luíza Vieira
Alexsander Moreira é demitido por envolvimento em fraude de kits de robótica (foto: Divulgação/ Assessoria )

O Governo Federal exonerou do Ministério da Educação (MEC) Alexsander Moreira, diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica da pasta. A decisão se deu após uma operação da Polícia Federal (PF) identificar o envolvimento do diretor em fraudes na compra de kits de robótica, entre outubro de 2021 e novembro de 2022. Conforme aponta as investigações, ele teria recebido depósitos de cerca de R$ 737 mil. 

A demissão de Alexsander foi feita já na última quinta-feira, 1°, data em que a PF deflagrou a operação. Contudo, a medida foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU) apenas nesta segunda-feira, 5. Ela é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. (Leia na íntegra).

No entendimento do governo, a demissão de Moreira ocorreu porque o servidor pode ter se omitido, sem impedir os eventuais desvios. 

As suspeitas do crime começaram em municípios de Alagoas, após a empresa Megalic, pertencente a aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), assinar aquisições. Por este motivo, os colegas de Lira também foram investigados na operação. 

A investigação da PF, nomeada como Operação Hefesto, apura fraudes na adesão de kits de robótica para 46 municípios de Alagoas. A compra dos insumos é feita com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Os desvios teriam sido realizados entre os anos de 2019 e 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), no qual o ex-servidor ainda ocupava o cargo de coordenador-geral de Apoio às Redes e Infraestrutura Educacional. Neste período, Moreira era responsável pela transação dos recursos que seriam destinados à compra dos kits. 

Conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), os fraudes e o superfaturamento geraram um prejuízo aos cofres públicos de R$ 8,1 milhões. Durante a investigação, a PF encontrou R$ 4 milhões em espécie que estavam em um cofre de um dos alvos em Alagoas