Acilon deixa a cargo do diretório nacional do PL punição a deputados que votaram com o Governo

Presidente nacional do PL tinha definido que os filiados votassem contra a MP dos Ministérios, mas deputados do Ceará e de outros estados contrariaram decisão

12:49 | Jun. 05, 2023

Por: Júlia Duarte
PREFEITO de Eusébio, Acilon Gonçalves (foto: FERNANDA BARROS)

O presidente estadual do PL, Acilon Gonçalves, foi sucinto em analisar possíveis punição aos três deputados federais do PL que votaram com o governo na Lula MP dos Ministérios, na semana passada. "A minha opinião é que a nacional que tem que cuidar devidamente do caso", disse o prefeito na última sexta-feira, 2, durante a posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Ele ressaltou que a decisão terá que vir do diretório nacional e afirmou não ter acompanhado a votação. "Essa é uma questão feita ao diretório nacional e eu não acompanhei nada dessa votação que foi feita na quarta-feira, não sei os desdobramentos e os compromissos", ressaltou ainda. Os deputados do PL que votaram a favor do Governo na Medida Provisória que reestruturou os ministérios do Governo Lula podem ser punidos pela legenda.

A informação foi anunciada pelo líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Jordy (PL), nas redes sociais. Segundo ele, a determinação passou pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.

Na lista dos que votaram com o Governo estão três cearenses: Júnior Mano, Yuri do Paredão e Matheus Noronha. No campo da oposição, apenas André Fernandes (PL) e Dayane do Capitão (União Brasil) foram contra a proposta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reformulou as pastas do primeiro escalão com a criação ou o desmembramento de ministérios.

Jarizel Pereira (PL) e AJ Albuquerque (PP) não votaram. "Deputados do PL que não seguiram a orientação do partido ontem na MP 1154, conversei com o Presidente Valdemar Costa Neto e todos serão punidos!", escreveu o deputado. A orientação no Parlamento foi para votar "não" e ir contra a aprovação do projeto, conforme o próprio Valdemar escreveu momentos antes da votação.

Conforme o colunista Lauro Jardim, do O Globo, a punição deve vir em forma de suspensão dos direitos partidários. A cúpula do partido teria decidido que os parlamentares ficarão suspensos por três meses das funções na Câmara, período que não poderão participar das comissões, entre outras atribuições. 

No Senado, o único nome do PL a votar junto com o governo na votação, Zequinha Marinho,  já não estava mais no partido. Ele migrou para o Podemos no dia anterior à votação, mas no sistema do Legislativo ainda constava como integrante do PL durante a votação.