Dono dos restaurantes Madero diz que não voltaria a se posicionar partidariamente

Durski relata que agora seguirá as recomendações do avô, que o orientava dizendo que quem é do setor comercial não tem candidato. Contra o isolamento social, ele chegou a dizer que "o Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortes (por Covid)

O dono dos restaurantes da rede Madero, Luiz Renato Durski Junior, mais conhecido como chef Junior Durski, voltou atrás no que diz respeito à declaração que proferiu em 2020, no auge da pandemia de Covid-19.

À época, o empresário publicou um vídeo se opondo ao isolamento social e afirmou que o país não poderia parar "por 5 ou 7 mil mortes". A repercussão resultou em dano de imagem, contudo, ele suaviza o caso alegando que isso não impactou os negócios — apesar de ter recorrido a empréstimos —, mas reforça que não repetiria uma declaração semelhante. 

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"Se me perguntar: 'Faria de novo?'. Não, eu iria seguir a recomendação do meu avô e tocar a vida", afirma Durski, em entrevista ao O Globo. 

"No primeiro momento (após a repercussão), lembrei do meu avô, que tinha o açougue na fazenda e mercadinho, e dizia: 'Junior, quem abriu comércio não tem candidato, não tem político. Não pode tomar partido muito fácil porque para o negócio não é bom'”, revelou também ao O Globo. 

Ele prosseguiu revelando que, quando fez a declaração, ficou preocupado em ter prejudicado a companhia, porém, foi analisar o índice de vendas em cada estado do país.

"Quando fomos para o Nordeste, o maior resultado foi na Bahia. Salvador é o maior de todo esse momento. Aracaju era o segundo maior. Fortaleza era ruim. Se era para ter vendas nas mesmas lojas com um efeito porque era mais Lula ou Bolsonaro, então onde o Lula é mais forte deveria ter caído, mas a Bahia foi o maior (ganho) dele (Lula) e o maior nosso", explica.

No que se refere às inaugurações da rede, Durski afirma que este ano é de freio, uma vez que o foco da empresa é consolidar operações, adquirir eficiência e lidar com o endividamento quase bilionário. Ao todo, a rede possui 275 restaurantes de quatro marcas no Brasil. 

No período da pandemia de Covid-19 até o ano passado, o restaurante Madero inaugurou uma centena de unidades. Recorreu a empréstimos bancários e às oportunidades, resultando na verticalização do negócio. Todavia, a dívida cresceu e a oferta pública inicial (IPO) na Bolsa foi arquivada

"Sou do tipo que prefere garantir, fazer diretamente", continua. "Todas as unidades são próprias, não iríamos terceirizar a parte mais sensível, o contato com o cliente. Quem traz a conta no Madero é um gerente para perguntar se estava tudo bem. Ouve o que aconteceu, resolve, mas a conta (se há queixa), fazemos questão de não cobrar. Eu atendo às reclamações, meu celular é público. Está no cardápio e no Google", afirma. 

Ainda que o IPO tenha sido engavetado, o empresário afirma que a rede vem crescendo bastante e prevê que este ano, a rede inaugure três a quatro operações. 

Quando questionado sobre o panorama político do país, o dono da Madero relata que "o input (avaliação) dos bancos está bem, mas mais devagar do que deveria", contudo, tem boas expectativas para o mercado. " O mercado de capitais deve abrir. Ninguém sabe quando, mas a gente tem de estar pronto. Vamos trabalhar como se não tivesse IPO. Ir pagando a dívida no fluxo", finaliza. 

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