'Vou jogar o trator em você', diz Cid Gomes a deputado em troca de provocações na CPMI
Senador do PDT pelo Ceará teve momentos acalorados na instalação da CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro começou nesta quinta-feira, 25, com embates quentes. O senador Cid Gomes (PDT), escolhido 1º vice-presidente, discursava quando o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) relembrou episódio ocorrido em Sobral durante motim policial em 2020.
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"Cid, agora fala que você jogou trator em policiais", gritou o parlamentar, que não é membro da CPMI. Interrupções feitas por ele causaram tumulto na sessão. O senador cearense o chamou atrás da mesa da comissão e respondeu: "Vou jogar o trator em você". Dois parlamentares, incluindo Abílio, confirmaram ao O POVO a frase dita por Cid.
Em 19 de fevereiro de 2020, Cid avançou com retroescavadeira contra policiais amotinados e familiares que tomavam o quartel de Polícia de Sobral. O senador levou dois tiros.
Questionado pelo O POVO sobre o embate com o deputado Abílio, Cid Gomes falou que não o conhecia. Ele também ironizou afirmando que a expectativa, como vice-presidente, é substituir o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), nas ausências.
No início da instalação da comissão, o senador Otto Alencar (PSD-BA), confundiu o senador Cid com o irmão dele, Ciro Gomes, e brincou: "Cid, desculpe-me ter trocado o nome. É Cid, Ciro é o nosso candidato a presidente, o irmão mais calmo".
Cid Gomes é um dos quatro parlamentares cearenses escalados para a comissão e destacou que a participação é boa para a elevação do nível da bancada do Estado. Os outros são o também senador Luis Eduardo Girão (Novo), o deputado federal André Fernandes (PL), os dois titulares, e a suplente, senadora Augusta Brito (PT).
Cid minimizou a importância da CPMI na vida da população cearense em específico, falando que não irá alterar a vida das pessoas. "Mas a democracia brasileira para ser protegida, precisa que se tenha freios para iniciativas que atentam contra ela", destacou.
Com informações de João Paulo Biage, correspondente do O POVO em Brasília