Alimentos orgânicos produzidos pelo MST são levados para CPI e Salles bebe suco de uva
Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida pelo MST, que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidosAlimentos orgânicos da agricultura familiar produzidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram expostos em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o MST. Na terça-feira, 24, ocorreu a primeira reunião após definição de presidente e relator — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente.
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Deputados petistas levaram os produtos do MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade.
A deputada Camila Jara (PT-MS) transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor alimentos produzidos. Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.
"Até Salles não pôde negar que é delicioso", escreveu Jara no Twitter.
O clima novamente foi de trocas de ataques entre defensores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e bolsonaristas. Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de "marginais" e "bandidos", retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que "marginal é quem defende torturador".
"Eu não admito isso. Eu não sou marginal", disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.
Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado "à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos". "Vamos ter uma CPI sem objeto", disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.
A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à Prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.