Alimentos orgânicos produzidos pelo MST são levados para CPI e Salles bebe suco de uva

Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida pelo MST, que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos

16:09 | Mai. 23, 2023

Por: Agência Estado
Deputado Valmir Assunção (PT-BA) levou produtos do MST para reunião da CPI (foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

Alimentos orgânicos da agricultura familiar produzidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram expostos em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o MST. Na terça-feira, 24, ocorreu a primeira reunião após definição de presidente e relator — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente.

Deputados petistas levaram os produtos do MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade.

A deputada Camila Jara (PT-MS) transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor alimentos produzidos. Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.

"Até Salles não pôde negar que é delicioso", escreveu Jara no Twitter.

O clima novamente foi de trocas de ataques entre defensores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e bolsonaristas. Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de "marginais" e "bandidos", retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que "marginal é quem defende torturador".

"Eu não admito isso. Eu não sou marginal", disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.

Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado "à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos". "Vamos ter uma CPI sem objeto", disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.

A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à Prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.