Sarto sobre Elmano: 'Há mais convergências que divergências' e discordância é 'madura'

Prefeito foi ao primeiro evento com o governador em mais de dois meses, mas diz que não se trata de reatar a relação, porque não houve ruptura

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), disse nesta terça-feira, 16, que não está rompido com o governador Elmano de Freitas (PT). O prefeito participou nesta tarde de evento no Palácio da Abolição para assinatura do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) para universalizar o esgotamento sanitário em Fortaleza e outros seis municípios. Foi o primeiro encontro público entre Sarto e Elmano em quase dois meses, período no qual houve intensa troca de críticas públicas.

Elmano chegou atrasado, vindo de agenda em Brasília. Na chegada, cumprimentou Sarto com tapinhas no peito. O prefeito assinou o contrato e foi embora sem esperar a foto oficial.

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"Não é recompor porque não houve nada de ruptura", disse Sarto sobre as críticas trocadas.

"O que existe é uma divergência, ao meu juízo madura, de dois representantes populares, ele governador e eu prefeito, que fazem aqui e acolá uma observação natural", acrescentou o prefeito, que reforçou: "Não é um reatamento porque não houve ruptura".

Sarto citou que ele e Elmano foram deputados juntos e sentavam do mesmo lado da bancada. "Temos mais convergências que divergências", destacou.

O prefeito, porém, não cogitou se seria possível ter apoio de Elmano em busca de uma reeleição em 2024. "Se tiver uma colocação diferenciada de partidos, aí cada um vai defender a sua tese", disse.

 

Ao final do evento, Elmano afirmou ao O POVO que haverá colaboração do ponto de vista administrativo, independentemente da divergência política.

"Eu vejo uma disputa política eleitoral que já passou. Aqui, hoje, nós estamos assinando um contrato com uma empresa que vai gerar esgotamento sanitário para todo o povo de Fortaleza. Evidente que nós vamos fazer isso de mãos dadas com a Prefeitura. Como vamos fazer com os outros prefeitos onde nós vamos atuar. Assim será em todas as políticas públicas que podemos fazer. Há algumas que nós vamos fazer diretamente, outras em parceria com os municípios", disse o governador.

Elmano disse que também cultivará uma relação possível com todos os deputados estaduais, inclusive os de oposição, para que a administração estadual possa ouvir sugestões e críticas de todos os setores da Assembleia Legislativa. Um deles é a fatia opositora do PDT, composta por três dos 13 deputados: Cláudio Pinho, Antonio Henrique e Queiroz Filho.

Reencontro

Sarto e Elmano têm o primeiro encontro público, desde que se aprofundaram os atritos entre o PDT de Fortaleza e o Governo do Estado. Será assinado contrato de Parceria Público-Privada (PPP) para universalizar o esgotamento sanitário em Fortaleza e mais seis municípios. A previsão é de investir R$ 11,3 bilhões em ampliação, operação e manutenção dos sistemas de esgotamento sanitário.

A última vez em que prefeito e governador estiveram juntos foi em 27 de fevereiro. Eles foram ao posto de saúde César Cals de Oliveira Filho, no bairro Pìci, para o início da vacinação bivalente contra a covid-19.

Na ocasião, Sarto defendeu que o normal é a relação institucional ser mantida. “Politicamente, é a prudência que qualquer gestor deve ter com responsabilidade. Eu sou prefeito de todos os fortalezenses, o Elmano é o governador de todos os cearenses, o normal é que a gente tenha uma relação institucional para preservar”, disse o prefeito na época.

O governador também afirmou que a relação entre eles deve ocorrer independentemente das divergências políticas. “As pessoas não esperam que a gente fique brigando e discutindo, as pessoas esperam que o prefeito e o governador, naquilo que é fundamental para a população do ponto de vista administrativo, juntem esforços para resolver o problema do que infligindo a população”, acrescentou Elmano em coletiva de imprensa.

Desde então, porém, os dois entraram em rota de colisão. Primeiro, Sarto reclamou do fim de subsídio estadual ao transporte público de Fortaleza, o que teria contribuído para o aumento do preço da passagem de ônibus. Elmano reagiu.

Houve também críticas do prefeito e de aliados pelo fato de o Instituto José Frota (IJF) absorver grande demanda de pacientes do Interior.

Do lado do Governo do Estado, houve reclamação pelo fechamento de emergências de hospitais municipais, o que teria levado pacientes a procurar a rede estadual de saúde. Sarto respondeu que Fortaleza "carrega a saúde do Ceará nas costas".

Além disso, o prefeito também se queixou de não conseguir agendar reunião com o governador.

Colaborou Guilherme Gonsalves, especial para O POVO

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