'Ministério Público foi enganado', diz Carmelo sobre possível cassação de deputados do PL
O TRE do Ceará formou maioria de 4 a 2 pela cassação dos quatro parlamentares, cenário que ainda pode ser alterado. Julgamento foi interrompidoO deputado estadual Carmelo Neto (PL) afirmou nesta terça-feira, 16, em entrevista ao programa O POVO no Rádio, da rádio O POVO CBN, que o Ministério Público do Ceará (MPCE) foi enganado ao denunciar supostos casos de candidaturas laranjas na chapa estadual do PL, o que pode custar o mandato dele e de mais três parlamentares na Assembleia Legislativa: Dra. Silvana, Marta Gonçalves e Alcides Fernandes.
"O MP foi enganado. Infelizmente, enganaram até o Ministério Público, que abraçou essa narrativa e pede a cassação da chapa do PL, até porque foram mulheres que foram votadas, que foram candidatas, que foram à convenção, que já foram candidatas, ou seja, que têm uma vida política no passado", opinou o parlamentar, que considera a ação "uma completa armação".
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O processo que pode ensejar a cassação dos parlamentares do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro gira sobretudo em torno das candidaturas de Maria Meiriane De Oliveira, cujo rendimento nas urnas foi de 113 votos, e de Marlucia Barroso Bento, esta com 30 votos em 2022.
Ambas não receberam qualquer valor do PL para que pudessem fazer suas campanhas.
Há ainda a situação de Andréia Moura, que, segundo ela, foi inscrita como candidata sem ter conhecimento do registro.
"Tem muita coisa em jogo. São quatro deputados de oposição e quatro deputados do governo que assumiriam essas vagas caso a chapa fosse 'cassada", avaliou Carmelo, que nessa segunda-feira gravou vídeo com uma fita adesiva na boca, sugerindo ser vítima de uma censura, com a palavra "cassado" escrita.
Embora a maioria já esteja formada pela cassação, com quatro dos sete votos possíveis, o resultado, ainda pode ser outro. O desembargador Inácio de Alencar Cortez Neto, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), ainda emitirá o voto. Os demais desembargadores que votaram, construindo placar de 4 a 2 pela cassação, ainda podem mudar seus votos, esperança na qual se apegam os quatro parlamentares.
Um dos argumentos de Carmelo é de que Meiriane e Marlucia foram candidatas, em 2020, à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). Naquele ano, elas somaram, respectivamente, 176 e 84 votos. Isso, diz, significa que já têm uma história de militância política, embora não tenham sido ativa nas redes sociais para pedir votos.
Carmelo justifica que, diferentemente dele, nem todas as pessoas dispõem da estrutura adequada para uma campanha, o que não faz com que deixem de nutrir o desejo de estarem um parlamento. Os quatro parlamentares podem entrar com embargos de declaração no TRE e apresentar recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele também citou casos de mulheres candidatas de partidos da base do governador Elmano Freitas (PT) com rendimento pior nas urnas.
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