Líder do PT, De Assis Diniz diz que Evandro Leitão "já foi colocado para fora" do PDT
Grupo de deputados já realizam reuniões para reforçar as articulações em torno da filiação do presidente na Assembleia ao PT e sua candidatura à Prefeitura de FortalezaLíder do PT na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado De Assis Diniz comentou a relação de desgaste entre o presidente da Casa, Evandro Leitão, e o seu partido, o PDT. Ao defender novamente a candidatura do parlamentar disputa à Prefeitura de Fortaleza em 2024 e sua filiação ao PT, o petista afirmou que Evandro "já foi colocado para fora" pelo seu partido desde o pleito do ano passado.
"O Evandro não era o candidato a presidente da Assembleia pelo PDT. Some aí quatro fatores. Não é que o Evandro está saindo. O Evandro já foi colocado para fora (...) O Evandro tem sido perseguido pelo PDT. Fundo partidário, zero. Tempo de televisão, mínimo. Composição na direção do partido, nenhuma. Isso representa que o PDT já colocou Evandro para fora. Então é natural que ele bata e diga, vamos negociar, eu quero carta de anuência. PDT, vamos conversar aqui", destacou De Assis.
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O deputado avaliou a eventual candidatura como “oportunidade ímpar” para Evandro. “Se ele optar por um caminho, legítimo também, lamentamos, mas nós somos um projeto político, um projeto partidário. O PT vai ter candidatura própria”, destacou. Segundo parlamentar, o presidente da Alece possui "identidade com o PT" e maioria parlamentar em defesa do seu nome para 2024.
"Nós temos que reconhecer o papel do presidente Evandro na eleição de 2022. Sua lealdade, seu compromisso e a sua identidade com o PT. Nós não estamos falando alguma coisa estranha no mundo partidário de relações no Parlamento, no governo, seja com o Camilo governador, seja com Elmano governador. Nós estamos falando de uma pessoa que tem uma base programática com o PT", avaliou o líder petista.
As articulações para filiação de Evandro ao PT vem ganhando força na Alece. Um grupo de deputados promoveu almoço na última quinta-feira, 27, para discutir o tema. O assunto foi discutido em no gabinete do deputado Júlio César Filho (PT). A discussão envolveria até o Senado em 2026, quando duas vagas estarão em disputa.
Estiveram presentes no encontro diversos nomes, entre alguns estão os deputados: Romeu Aldigueri (PDT), líder do governador Elmano de Freitas na Alece, Júlio César Filho (PT), presidente da CCJ, De Assis e Osmar Baquit. Também participou o ex-deputado e agora presidente da Ceasa, Tin Gomes (PDT).
O bloco tem agora o desafio de dialogar com nomes que já vem sendo cotados para disputar, pelo PT, a sucessão do prefeito José Sarto (PDT). De Assis destacou que, para além do Legislativo, o próximo passo será promover debates com todas as instâncias partidárias.
"Ouvir o governador Elmano e o ministro Camilo é fundamental, porque o Camilo hoje é a maior liderança política do estado do Ceará. Com a Luizianne, que é a candidata que tem ao longo das últimas eleições disputado todas. Aí vamos discutir, vamos ver qual é menor taxa de rejeição, quem é que consegue ampliar, quem é que consegue fazer a maior adesão e, nesta discussão, nós estamos fazendo uma aposta, uma aposta em construir", completou o deputado.
Evandro Leitão tem manifestado insatisfação em relação ao PDT, que em recente decisão da direção municipal manifestou oposição ao Governo do Ceará. Um grupo de pedetistas aliados ao ex-prefeito Roberto Cláudio responsabilizam o deputado pela derrota do PDT nas eleições estaduais em 2022, onde o presidente da Alece manifestou apoio ao atual governador Elmano de Freitas.
O deputado Antônio Henrique (PDT), membro do bloco de oposição ao Executivo estadual, defende que apoio à reeleição de Sarto deveria ser entendida como natural entre os filiados do partido.
"Eu como afiliado e defensor do nosso partido não vejo o motivo pelo qual nós fazermos algum tipo de movimento que não seja de apoiar o prefeito Sarto e continuar com o projeto que ele vem conduzindo muito bem a nossa cidade. Nosso prefeito é do partido, tem direito a reeleição, nada o proíbe, então acredito que o apoio deve ser dado a ele, e não outro membro do partido que queira disputar essa cadeira", disse o parlamentar.
Na avaliação do deputado Cláudio Pinho (PDT), também aliado de RC e Sarto, a movimentação "não vem de hoje", e "já foi fruto da eleição de governador".
"O partido apresentou um candidato e ele [Evandro] apoiou outro candidato. Ele saiu vitorioso e esse grupo espera receber ele no PT. Na questão partidária ele vai fazer a opção se deve ficar no PDT ou não", destacou.