Entenda a operação da PF contra Bolsonaro por suspeita de fraude sobre vacina

Presidente e esposa são acusados de serem beneficiários da adulteração de sistemas oficiais do Ministério da Saúde, de modo que constassem como vacinados contra a covid-19

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta quarta-feira, 3, mandados de busca e apreensão em endereço do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de prisão contra seis pessoas.

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O que é investigado

A Operação Venire investiga suposta atuação de associação criminosa constituída para inserção de dados falsos a respeito da vacinação contra a covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde, explica a Polícia Federal em nota publicada no site da instituição. Venire significa "vir contra seus próprios atos", sugerindo contradição entre o discurso antivacina e a suposta manipulação de sistemas oficiais de modo a atestar quadro oposto - de vacinado.

Como teria ocorrido a fraude

A Polícia Federal diz que as inserções no sistema teriam sido feitas com objetivo de que os beneficiários do crime pudessem viajar aos Estados Unidos - com certificados de vacinação emitidos —, de modo a burlar restrições existentes nos dois países. A inclusão dos dados inverídicos teria acontecido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

"As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários", afirma o documento.

E adiciona: "Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados
Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19."

Ainda conforme a nota da PF, os fatos investigados configurariam infração de medida preventiva, associação criminosa, inserção dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores, uma vez que a filha mais nova do presidente, de 12 anos, também teria tido o cadastro de vacinação adulterado.

Presos

As prisões ganham relevo político por envolverem assessores próximos do ex-presidente, como o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Max Guilherme, policial militar, e o capitão do Exército Sérgio Cordeiro, membro da equipe de segurança do ex-mandatário. Também recebeu mandado de prisão o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha. 

O que diz Bolsonaro

O ex-presidente deve depor à PF a partir de 10 horas. Na saída de sua casa, à Jovem Pan News, ele afirmou que jamais tomou a vacina e não tem ou teve qualquer interesse de fazer constar informação oposta oficialmente, ou seja, nos sistemas do Ministério da Saúde. Conforme Bolsonaro, Michelle, sua esposa, tomou o imunizante da nos Estados Unidos, ao contrário da filha caçula.

Veja quem são os alvos de mandados de busca e apreensão:

  1. Jair Bolsonaro
  2. Michelle Bolsonaro
  3. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  4. Camila Paulino Alves Soares
  5. Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva
  6. Eduardo Crespo Alves
  7. Farley Vinicius Alcântara
  8. Gabriela Santiago Ribeiro Cid
  9. Gutemberg Reis de Oliveira
  10. João Carlos de Sousa Brecha
  11. Luis Marcos dos Reis
  12. Marcello Moraes Siciliano
  13. Marcelo Costa Camara
  14. Marcelo Fernandes de Holand
  15. Max Guilherme Machado de Moura
  16. Sergio Rocha Cordeiro

Seis pessoas foram presas. Os nomes de quatro foram divulgados:

  1. tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  2. Max Guilherme, policial militar e segurança de Bolsonaro
  3. capitão do Exército Sérgio Cordeiro, segurança de Bolsonaro
  4. João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Duque de Caxias (RJ)

 

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