Operação Venire: Quem são os alvos da PF na ação contra Bolsonaro
Ex-presidente e ex-primeira-dama Michelle são alvos de operação e assessores próximos de Bolsonaro foram presos
10:09 | Mai. 03, 2023
A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira, 3, operação sobre a inclusão de dados falsos de vacinação contra covid-19, no sistema do Ministério da Saúde, envolvendo pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São cumpridos mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL). Aparelhos de telefone celular foram apreendidos.
Chegaram a ser cumpridos seis mandados de prisão, inclusive contra assessores próximos de Bolsonaro.
Veja quem são os alvos de mandados de busca e apreensão:
- Jair Bolsonaro
- Michelle Bolsonaro
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Camila Paulino Alves Soares
- Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva
- Eduardo Crespo Alves
- Farley Vinicius Alcântara
- Gabriela Santiago Ribeiro Cid
- Gutemberg Reis de Oliveira
- João Carlos de Sousa Brecha
- Luis Marcos dos Reis
- Marcello Moraes Siciliano
- Marcelo Costa Camara
- Marcelo Fernandes de Holand
- Max Guilherme Machado de Moura
- Sergio Rocha Cordeiro
Seis pessoas foram presas. Os nomes de quatro foram divulgados:
- tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Max Guilherme, policial militar e segurança de Bolsonaro
- capitão do Exército Sérgio Cordeiro, segurança de Bolsonaro
- João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Duque de Caxias (RJ)
A PF faz buscas na casa do ex-presidente Bolsonaro. Batizada Venire, a operação 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, as inserções falsas sob suspeita se deram, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e "tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários".
A corporação indica que, com a alteração, foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.
"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", indica a PF.
A ofensiva aberta nesta quarta mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
Segundo a PF, o nome da operação, Venire, tem relação com o "princípio Venire contra factum proprium", principio base do Direito Civil e do Direito Internacional, "que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa". "Significa 'vir contra seus próprios atos, ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos'", informou a corporação.