Bolsonaro: 'Não existe adulteração, não tomei vacina'
Ex-presidente Jair Bolsonaro disse que "Eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar"
10:57 | Mai. 03, 2023
Alvo de operação da Polícia Federal por supostamente ter se beneficiado de adulterações cadastrais referentes a vacinação contra covid-19, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que jamais tomou a vacina. A PF pretende tomar depoimento dele nesta quarta-feira, 3. Bolsonaro teve o celular apreendido.
"Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. eu não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso", afirmou o ex-presidente ao sair de casa em Brasília, à Jovem Pan News.
"O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha", disse ainda. Conforme Bolsonaro, a esposa Michelle Bolsonaro tomou nos Estados Unidos o imunizante Jannsen.
"Eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar", comentou Bolsonaro. A alteração nos cartões de vacinação teria ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, este mês no qual viajou aos Estados Unidos após ser derrotado para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
Operação Venire da PF
A residência do ex-presidente é alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 3.
Foram presas seis pessoas, entre elas o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, braço direito do ex-presidente.
Outros ex-assessores diretos de Bolsonaro foram presos: o policial militar Max Guilherme e o capitão do Exército Sérgio Cordeiro, ambos seguranças do ex-presidente.
Os dois estão entre os assessores pessoais que Bolsonaro tem direito de manter às custas da União após deixar o mandato. Cordeiro cedia a casa para a realização de lives de Bolsonaro.
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Bolsonaro não é alvo de mandado de prisão, mas é esperado que ele preste depoimento à PF, que deve ocorrer ainda hoje.
A operação cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em endereços Brasília e no Rio de Janeiro. Os mandados foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das milícias digitais.