Camilo Santana sobre escolas cívico-militares: "Não considero uma política exitosa"

Ministro da Educação respondeu a questionamento dos senadores Eduardo Girão e Damares Alves

16:44 | Mai. 02, 2023

Por: Guilherme Gonsalves
Brasília (DF) 02/05/2023 Ministro da Educação, Camilo Santana, participa de audiência pública convocada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte para tratar da suspensão do Novo Ensino Médio. Lula Marques/ Agência Brasil (foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

O ministro da Educação Camilo Santana (PT) afirmou que não considera que a política de escolas cívico-militares obteve êxito. De acordo com ele, o Ministério da Educação (MEC) dará foco, energia e prioridade a políticas que já mostraram evidências e resultados.

"Eu não considero que foi uma política exitosa, não", afirmou em audiência da Comissão de Educação sobre a suspensão do Novo Ensino Médio, realizada no  nesta terça-feira, 2. Ele respondeu a perguntas sobre escolas cívico-militares feitas pelo senador cearense Luis Eduardo Girão (Novo) e pela também senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Camilo disse que só 0,14% das 178 mil escolas brasileiras segue o modelo cívico-militar. Na execução orçamentária, conforme o ministro, de R$ 98,5 milhões destinados ao projeto, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), apenas 0,25% foram usados pelos estados e municípios.

De acordo com o ministro, estados e municípios terão autonomia para dar continuidade no projeto caso queiram. E com as escolas já criadas, o MEC irá discutir com os governadores e prefeitos para tomarem uma decisão conjunta sobre o que será feito. Mas, repetiu que o programa não é prioridade do atual governo.

“A prioridade será garantir alfabetização na idade certa, escola em tempo integral, um novo ensino médio que seja de qualidade para os nossos jovens”, disse. O ministro completou destacando que há evidências nestas políticas que apresentam resultados concretos e importantes.

Camilo Santana lembra que essa política de escolas cívico-militares foi criada por decreto, e diz que a educação precisa estar acima de qualquer questão ideológica. “É claro que cada governo tem suas estratégias e visão de mundo, mas ela precisa ser uma bandeira comum de todos, não só no discurso”.