Domingos diz que PSD tem espaço "periférico" na gestão Sarto e está aberto a conversa com Elmano

O líder da legenda diz que não há compromisso com Sarto para 2024. Sobre o Governo do Estado, defende que "alguns passos precisam ser dados"

00:09 | Abr. 29, 2023

Por: Júlia Duarte
Domingos Filho, presidente estadual do PSD (foto: AURÉLIO ALVES)

O presidente estadual do PSD, Domingos Filho, comentou sobre a relação do partido com a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado. Na gestão do prefeito José Sarto (PDT), a legenda comanda duas Regionais — a II, com Rennys Frota, e a V, com Moacir Soares. Para Domingos, as pastas são mais "ouvidorias" e o partido tem uma participação "periférica".

"Nós votamos no Sarto na eleição passada e hoje temos uma participação periférica. O PSD desde o início do governo indicou duas secretarias regionais, digamos assim, ouvidorias, sem muito poder decisório ou de execução. Enfim foi o que o prefeito franquiou para a participação do partido", disse.

Segundo ele, não há definição sobre apoiar a reeleição de Sarto. "Portanto é isso, sem nenhum comprometimento e nenhuma decisão em relação à política do próximo ano", afirmou.

Domingos Filho foi candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), que acabou derrotada pelo governador Elmano de Freitas (PT) no primeiro turno. O presidente já tinha sido vice-governador no segundo mandato de Cid Gomes, hoje senador.

 

Conversa com Elmano

Em relação ao Estado, Domingos afirmou que a legenda está aberta a dialogar para um possível apoio oficial ao governador Elmano de Freitas (PT). O ex-vice-governador, no entanto, ressaltou que "alguns passos precisam ser dados" para avançar na relação entre as legendas.

O PSD integra o bloco partidário liderado pelo PT na Assembleia Legislativa (Alece), o que, segundo o presidente da sigla, foi necessário para conseguir ocupar espaços no parlamento. Apesar de estar no bloco do partido do governador, o partido tem liberdade para "tomar as decisões que assim desejar".

Domingos destaca que Elmano e o ministro da Camilo Santana (PT), que foi o principal fiador do governador na campanha eleitoral, têm demonstrado "disposição" de reagrupar o grupo que administrou o Ceará nos últimos anos.

Ele comentou o racha entre e PDT e PT que terminou com a união das legendas. "Nós fomos na vice e esperávamos que estivéssemos ajustados com o PT, mas houve a cisão entre os dois".

Domingos disse que o partido atualmente não tem indicações no Governo do Estado, mas tem disposição para conversar. "O que nós temos demonstrado é que se essa for a vontade e a determinação do governo, nós não temos motivos para se abster".

Ele afirma que há uma boa conversa com o governo, diante da garantia, segundo ele dada pelo governador, que não haverá "caças às bruxas" aos prefeitos da legenda por terem votado em Roberto Cláudio.

"Nós estamos nessa relação que foi feita no bloco parlamentar para os espaços de Assembleia,  mas não há um diálogo de decisão no sentido de ser finalizado de uma retomada nesse espaço aí. Acho que alguns passos, se isso for pra ocorrer, alguns passos precisam ser dados e estamos ai no espaço de espera".

Colaborou Érico Firmo