CPMI do 8 de janeiro: André Fernandes, alvo de inquérito, disputará presidência
Deputado cearense apresentou a proposta de CPMI, mas base do governo argumenta que Fernandes não pode ser escolhido por ser investigado sobre os atos golpistas
20:14 | Abr. 28, 2023
O deputado federal cearense André Fernandes (PL) afirmou, nesta sexta-feira, 28, que irá concorrer à presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas que ocorreram no dia 8 de janeiro.
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No Twitter, André Fernandes publicou: "Não só vou participar da CPMI do 8 de janeiro como disputarei a presidência. Apesar de não ser regimental, a praxe do autor ter preferência, tirando as raras exceções onde houveram acordo, sempre valeu".
O requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar foi lido pelo presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante sessão conjunta com deputados e senadores na quarta-feira, 26. Agora, partidos vão indicar a composição da comissão, que ainda deve definir presidência e relatoria nas próximas semanas.
Não só vou participar da CPMI do 8 de janeiro como disputarei a presidência. Apesar de não ser regimental, a praxe do autor ter preferência, tirando as raras exceções onde houveram acordo, sempre valeu. Agradeço o apoio do presidente do meu partido, @CostaNetoPL, que não aceita…
— André Fernandes (@andrefernm) April 28, 2023Do outro lado, os deputados federais da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão tentando tirar o deputado bolsonarista, relator do requerimento, da CPMI. O PL pretende indicar Fernandes para presidir a CPMI.
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Lindbergh Farias (PT-RJ), deputado federal, disse que André Fernandes atrapalharia a investigação, caso participasse da Comissão. "Ele é investigado, ele pode ser condenado, ou seja, ele participar da investigação é pra atrapalhar a investigação", afirmou Lindbergh, durante coletiva de imprensa na quinta-feira, 20.
Fernandes é investigado no STF por possível envolvimento nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, em Brasília.
A comissão investigará os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro e terá 32 integrantes, sendo 16 deputados e 16 senadores.
Na Câmara dos Deputados, com 16 vagas. A expectativa é que a disposição seja:
- Bloco PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota ("blocão" de Lira): 6 cadeiras.
- Bloco MDB, PSD, Republicanos e Podemos: 4 cadeiras
- Federação PT, PCdoB e PV: 2 cadeiras
- Federação PSOL-Rede: 1 cadeira
- PL: 3 cadeiraS
- *1 vaga em rodízio a confirmar
Nomes cotados
Tanto o PT como no PL já têm os nomes mais cotados para participar da comissão na Câmara e no Senado. O mais controverso deles é André Fernandes.
- PT na Câmara: Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG).
- PT no Senado: Fabiano Contarato (ES) e Rogério Carvalho (SP).
- PL na Câmara: Eduardo Bolsonaro (SP), André Fernandes (CE) e Alexandre Ramagem (RJ).
- PL no Senado: Magno Malta (ES) e Carlos Portinho (RJ).