Ao lado de André Fernandes, senador Eduardo Girão é cotado para CPI dos atos golpistas
De acordo com Girão, o Planalto vem tentando controlar os rumos da CPI mista desde que ficou claro que as investigações teriam andamento na casa legislativa
21:26 | Abr. 28, 2023
O senador Eduardo Girão (Novo) declarou nesta sexta-feira, 28, que pode integrar o colegiado da CPI mista dos atos golpistas do 8 de janeiro, instalada no Congresso nesta semana.
“É um dos nomes que está sendo cogitado (no partido), estou à disposição para servir ao país. Já participei de uma primeira CPI (da Covid), agora é CPMI. Se for escalado, estou à disposição para um trabalho correto para buscar realmente a verdade, doa a quem doer”, disse o parlamentar.
Além de Girão, outro cearense pode fazer parte da comissão: o deputado federal André Fernandes (PL), autor do requerimento de criação da CPI.
Pelas redes sociais hoje, Fernandes escreveu: “Não só vou participar da CPMI do 8 de janeiro como disputarei a presidência”.
O deputado afirmou ainda que, “apesar de não ser regimental, a praxe do autor ter preferência, tirando as raras exceções onde houveram (sic) acordo, sempre valeu”.
Aberta após a leitura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na última terça-feira, 25, a CPI mista quer apurar a responsabilidade pelos ataques de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às sedes dos três Poderes da República naquele domingo de janeiro.
Membros da base governista têm avaliado estratégias para impedir a participação de André Fernandes na comissão, já que ele é alvo de investigação no STF por suspeita de estímulo aos crimes cometidos no 8/1.
De acordo com Girão, o Planalto vem tentando controlar os rumos da CPI mista desde que ficou claro que as investigações teriam andamento na casa legislativa.
“Fico preocupado com esse movimento do governo de tentar sequestrar a CPMI. Não queriam de jeito nenhum. Parlamentares denunciaram que estavam recebendo oferta de milhões de reais em emendas para retirar assinaturas. O que mudou? Foram as imagens que vazaram, que o governo tinha decretado sigilo? É esse o medo?”, questionou o senador.
Formada por 32 integrantes, dos quais 16 são deputados e 16 senadores, a CPI mista deve indicar presidente e relator na semana que vem. Apenas depois disso é que os demais participantes dos trabalhos serão apontados pelos partidos.