"Deploráveis atos de grosseria", afirma Flávio Dino sobre vaias a Lula em Portugal

"Bandido", "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", gritavam, enquanto muitos outros manifestantes pró-Lula eram agrupados pela polícia em uma rua adjacente e a uma boa distância

O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou nesta terça-feira, 25, no Twitter, as vaias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por deputados de extrema-direita enquanto o petista discursava mais cedo no Parlamento português, em Lisboa. "Deploráveis atos de grosseria hoje em Portugal, perpetrados contra o presidente Lula, por grupelho que não respeita os laços históricos e de amizade com o Brasil. Cá e lá, perderam e perderão sempre. Viva a Revolução dos Cravos! Todo o respeito à imensa maioria do povo português", escreveu o ministro.

Liderado por André Ventura, o partido Chega tem hoje doze deputados e é a terceira força política portuguesa, com fatia de 7%. O Partido Socialista detém maioria absoluta, com 120 deputados. Houve dez parlamentares que vaiaram o discurso.

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"Quem faz política está habituado a isso", reagiu Lula, que descreveu como "cena de ridículo" o gesto dos deputados do partido Chega, que exibiam cartazes que diziam "chega de corrupção".

Em sua fala nesta terça-feira, 25, o presidente relembrou fatos históricos do Brasil e Portugal e homenageou as duas democracias, além de ter feito críticas ao governo de Jair Bolsonaro. "No Brasil, as forças democráticas demonstraram solidez e resiliência", disse Lula, reafirmando, em seguida, que "o Brasil voltou a ser internacional".

Lula foi convidado a falar no Parlamento português no dia que marca o 49º aniversário da Revolução dos Cravos, que acabou com 48 anos de ditadura de direita em Portugal e a 13 anos de guerras coloniais na África.

Para protestar contra a recepção que lhe foi dada pelas autoridades portuguesas, algumas centenas de apoiadores do partido Chega e de imigrantes brasileiros simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) se reuniram perto do Parlamento.

"Bandido", "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", gritavam, enquanto muitos outros manifestantes pró-Lula eram agrupados pela polícia em uma rua adjacente e a uma boa distância.

Quando os parlamentares do Chega vaiaram o discurso de Lula, foram chamados à ordem pelo presidente do Parlamento português, Augusto Santos Silva, que os exortou a parar com os "insultos" e a parar de "envergonhar em nome de Portugal".

Num segundo momento, o presidente, que encerrou as suas atividades oficiais com essa sessão solene, abordou os assuntos que fizeram parte da sua viagem a Portugal. Mais uma vez disse que o Brasil "condena a violação da integridade territorial da Ucrânia" e que "é preciso falar em paz.

 lindbergh farias

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