Lula diz que tomará decisões sobre o GSI quando voltar ao Brasil
Lula cumpre agenda em Lisboa e ainda deve retornar ao Brasil no meio da semana que vem. Petista também comentou que eventual CPMI dos atos golpistas cabe ao Congresso Nacional
14:31 | Abr. 22, 2023
Durante agenda em Portugal, neste sábado, 22, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tomará decisões acerca do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) quando retornar ao Brasil. O GSI foi palco da primeira queda de ministro do governo Lula, após o general Gonçalves Dias ser flagrado por câmeras do Palácio do Planalto interagindo com golpistas durante os ataques de 8 de janeiro.
Em coletiva, o presidente evitou comentar o caso e sinalizou querer focar na agenda internacional, mas disse que “sobre o GSI, que é da minha responsabilidade, quando eu voltar, vou tomar a decisão que achar mais importante para o Brasil”.
Atualmente, o órgão é comandado interinamente por Ricardo Cappelli. Ele assumiu o posto após a saída de Gonçalves Dias.
Lula cumpre agenda em Lisboa e ainda deve ir à Espanha antes de retornar ao Brasil no meio da semana que vem.
Questionado sobre se pretende manter o GSI e, em caso positivo, se seria comandado por um militar ou por um civil, Lula evitou entrar no tema.
"Essas perguntas sobre o Brasil; seria tão bom que fossem feitas para mim quando eu voltasse ao Brasil, porque fazer uma viagem a Portugal, fazer acordos com Portugal, discutir assuntos de interesse do mundo, e não só dos nossos países, e, depois, eu ficar respondendo perguntas sobre problemas internos do Brasil, não é muito justo para quem vai nos ouvir", pontuou.
O petista também falou brevemente sobre a possibilidade de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas.
"CPMI é questão do Congresso Nacional, ele decide a hora que ele quiser decidir, faça a hora que quiser fazer. O presidente não vota no Congresso Nacional", afirmou. É esperado que a CPMI seja lida pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), já na semana que vem.
Proposta pelo deputado federal cearense André Fernandes (PL-CE), a CPMI sofria resistência da base governista, que entendia que a comissão seria utilizada por opositores para desgastar a imagem do governo.
No entanto, após o vídeo vazado do ministro do GSI com golpistas, membros da base mudaram o discurso e passaram a ser favoráveis à CPMI.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), na sexta-feira, 21, Gonçalves Dias alegou que não tem qualquer responsabilidade sobre os atos golpistas em Brasília. O militar prestou depoimento por cerca de cinco horas, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.