RC no comando do diretório da Capital reforça racha no PDT, dizem deputados
No sábado, o diretório municipal elegeu RC como presidente e foi usado para destacar a figura de SartoA eleição do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) como presidente do diretório municipal do partido formalizou o racha interno do PDT, que vem acontecendo desde a eleição do ano passado. O encontro do último sábado, 15, trouxe um sentimento de reforço da divisão que já existia, com parte da bancada estadual na base e outra na oposição, e a ala municipal totalmente na oposição.
Da Assembleia Legislativa (Alece), quatro deputados compareceram à convenção: Queiroz Filho, Cláudio Pinho, Antonio Henrique e Lia Gomes. Com exceção de Lia, os demais pedetistas já estavam atuando na oposição e têm votado, geralmente, junto de legendas como União Brasil e PL.
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Com muitos elogios a Roberto Cláudio e ao atual prefeito José Sarto (PDT), o encontro teve um tom de afirmação da candidatura de Sarto à reeleição. O deputado Cláudio Pinho, que esteve presente, no entanto, avalia que houve uma “garantia” que o diretório municipal “marchará unido”.
“Eu não interpreto como um lançamento (da candidatura de Sarto), eu interpreto como uma garantia que o PDT de Fortaleza marchará unido. Se ele realmente quiser ser o candidato, o partido irá indicar o nome dele. Foi o sentimento que eu tive”, afirmou nesta quarta-feira, 19.
Ele negou que a formação mudasse algo para os deputados, mas defendeu uma pacificação interna. “O que a gente tem que procurar é baixar essa temperatura em relação ao partido e o partido seguir o rumo. Agora parte do partido está no Governo e parte não está, tem que decidir o que o partido realmente quer com toda a bancada”, disse.
Do lado governista, o deputado Osmar Baquit (PDT) avalia que a eleição fortaleceu a influência que RC já tinha dentro da legenda em Fortaleza, mas destacou que não garante a “unidade partidária”.
“Não vejo mudança, eu vejo o fortalecimento da liderança do Roberto Cláudio dentro do diretório municipal que já tinha essa liderança, ela era apenas provisória. Hoje é diretório, mas não tem uma mudança do que vinha acontecendo. A eleição dele foi uma surpresa? Zero surpresa. Ele já tem esse controle lá dentro. Mas repito, não é porque você tem o controle que você tem a unidade partidária”, afirmou ao O POVO.
O parlamentar destacou o número de deputados na convenção, o que segundo ele, reforça a divisão interna. “Você viu a convenção municipal, só quatro deputados, o partido continua dividido, é lógico que continua, não tem nenhum louco aqui que não veja isso. É fruto de uma dissidência de uma divisão de muito tempo que eu não vejo como contornar”, avaliou.
Líder do Governo Elmano na Alece, Romeu Aldigueri (PDT) avaliou que a movimentação é normal, porque o PDT Fortaleza já tem candidatura própria assim como o PT. “Não muda, é uma convenção municipal do PDT, estiveram lá os deputados que tem voto em Fortaleza. PT e PDT não estão alinhados em Fortaleza há mais de dez anos. Assim como PT e o PDT estiveram alinhados (no estadual) nos últimos 16 anos”, afirmou.
O deputado enfatizou a presença do ministro da Previdência, Carlos Lupi, na convenção. “A decisão da grande maioria dos parlamentares estaduais e federais é o PDT e o PT estarem unidos a nível estadual, assim como estão em nível federal. O presidente nacional do partido é ministro da Previdência”, disse.
Com exceção de Fortaleza, ele defendeu a aliança de PT e PDT em outros municípios. ”Ou o PT na cabeça e o PDT de vice, ou PDT na cabeça e o PT de vice, nós temos dezenas de coligações nos municípios do interior e em Fortaleza é diferenciado, mais de 10 anos que o PDT e o PT disputam no primeiro turno, acho natural e normal, não tem problema nenhum”, destacou.