Janones já chamou Gilmar de "canalha" e o acusou de favorecer um "amigo pessoal"
A gravação da fala retornou às redes sociais na última segunda-feira, 17, após a PGR solicitar a prisão do senador Sérgio Moro (União-PR) por caluniar o ministro do STFO deputado federal André Janones (Avante-MG) já ofendeu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o chamando de “canalha” e o acusou de decidir em favor de um “amigo pessoal”. O desabafo aconteceu durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho, na Câmara, em 2019.
A gravação da fala retornou às redes sociais na última segunda-feira, 17, após a Procuradoria Geral da República (PGR) solicitar a prisão do senador Sérgio Moro (União-PR) por caluniar o ministro.
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O deputado reclamava da decisão de 28 de maio de 2019, na qual a Corte liberou o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, de depor na CPI.
Janones, na ocasião, disse acreditar que “o ex-presidente da Vale foi indicado por Aécio Neves”, deputado federal pelo PSDB-MG. “E o ministro Gilmar Mendes, que deu essa decisão, é amigo pessoal, como já mostravam várias matérias e investigações, o Sr. Gilmar Mendes é amigo pessoal do deputado Aécio Neves. Grandes coincidências”, pontuou o deputado.
“Eu não apoiei até aqui a CPI da Lava Toga (sobre ativismo judicial), porque eu entendia que o Judiciário tem de ter seus próprios meios de investigar. Mas a decisão de hoje do STF, que é um tapa na cara dos brasileiros, que é uma autorização para a Vale continuar a matar, que é um tapa na cara das 300 famílias que foram mortas lá (Brumadinho), que tiveram seus entes queridos mortos embaixo da lama, essa decisão me faz rever o meu posicionamento”, completou.
“A partir de hoje, eu sou um dos maiores defensores neste país de que se instale a CPI da Lava Toga mesmo, que se quebre o sigilo dos ministros do STF. Para que esse canalha do senhor Gilmar Mendes possa dar esclarecimento. É só no Brasil para a gente ter um ministro que é amigo íntimo de um quadrilheiro [Aécio]”, falou Janones.
Nesta segunda-feira, 17, a PGR pediu a prisão de Moro após o ex-ministro da Justiça e ex-ministro da Lava Jato sugerir “comprar “um habeas corpus de Gilmar Mendes. A gravação mostra Moro conversando com algumas pessoas durante uma festa junina e então uma delas diz: “Está subornando o velho”. O parlamentar responde: “Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.
Em defesa do marido, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP) aparece em um segundo vídeo explicando a brincadeira junina. “Aqui nunca mais”, afirma a deputada em tom de brincadeira. Moro responde em seguida: “Vamos dar uma olhada lá, o que que é”. Rosângela acrescenta que se o senador continuar com as brincadeiras ele “vai parar na prisão” pois “se alguém vai lá e dá cincão [R$ 5]” ele fica mais dez minutos preso.
Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República, alega que Moro “caluniou” o ministro do Supremo, “imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva”.
O ex-juiz da Lava Jato afirmou, em nota, que “repudia a denúncia”, que, de acordo com ele, foi divulgada pela Procuradoria “de forma açodada”, “sem base” e “sem sequer ouvir previamente” a ele.