Após pressão do governo, Congresso adia sessão e empurra CPMI do 8/1 para o fim do mês
Sessão conjunta que aconteceria nesta terça-feira foi adiada para o dia 26 de abrilO presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu adiar a sessão conjunta entre deputados e senadores no Congresso Nacional, que aconteceria nesta terça-feira, 18, para quarta-feira da próxima semana, 26.
A decisão para adiar a sessão ocorreu após reunião do senador com líderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O requerimento da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) seria lido na sessão desta terça-feira, 18, porém parlamentares da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consguiram convencer Pacheco a adiar a leitura.
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A CPMI tem a autoria do deputado André Fernandes (PL-CE). Segundo ele, a petição para criação da Comissão contabiliza o apoio de 192 deputados e 37 senadores. Dessa forma, alguns deputados, como Zeca Dirceu (PT-CE) e Antônio Brito (PSD), encaminharam um pedido para a "não realização de sessão da CMO (Comissão Mista do Orçamento)" sobre o Piso Nacional da Enfermagem e as outras pautas do dia, entre elas, a CPMI do 8 de janeiro.
A pauta do Piso Nacional da Enfermagem e o reajuste de 9% dos servidores também seriam votados nesta terça-feira, 18, porém, como o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) não havia sido apresentado ainda ao Congresso, a sessão foi adiada.
O adiamento da sessão está sendo considerado pela oposição uma manobra do governo para conseguir mais tempo para retirar algumas assinaturas de apoio à CPMI.
Em coletiva, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), declarou, nesta segunda-feira, 17, que a CPMI veio para atrapalhar as investigações já existentes sobre os atos antidemocráticos ocorrido no dia 8 de janeiro.
“É uma CPMI para impedir que as investigações que já existem aconteçam, é para turbar as investigações. Então, a posição do governo é contrária à instalação dessa comissão. O governo vai trabalhar amanhã (dia 18) para convencer colegas parlamentares a retirarem assinaturas da comissão”, argumentou. Segundo Rodrigues, existe um “trabalho de convencimento” para que colegas parlamentares retirem o apoio à CPI. “O julgamento já está acontecendo, começa agora (no STF), as investigações já estão acontecendo”, reforçou na coletiva.