CNJ pede explicações sobre conduta de desembargador em caso envolvendo Tacla Duran

Além da atuação do desembargador, o procedimento aberto pela corregedoria do CNJ vai apurar as relações de Malucelli com a família do senador Sérgio Moro

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Felipe Salomão, abriu procedimento formal cobrando esclarecimentos do desembargador Mauricio Malucelli, que atua no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em caso que envolve o advogado Rodrigo Tacla Duran, alvo da Lava Jato que é pivô de acusações contra o senador e ex-juiz Sérgio Moro (UB) e contra ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos).

Informação inicial veiculada pelo portal do TRF-4 e repercutida na imprensa, apontou que Malucellu teria atendido demanda do Ministério Público e determinado a prisão de Duran. A suposta decisão teria ocorrido após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a suspensão de ações penais contra Duran e que a competência para analisar o caso seria do Supremo.

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Malucelli negou que tenha determinado a prisão e posteriormente o TRF-4 corrigiu a informação, apontando que a decisão não decretou qualquer prisão. “Informamos que a notícia veiculada, com o título ‘TRF4 restabelece ordem de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran’, foi retirada do site após comunicação pelo gabinete do desembargador de que teria havido erro no texto”, explicou o tribunal em errata.

Além da atuação do desembargador, o procedimento aberto pelo CNJ vai apurar as relações de Malucelli com a família de Sérgio Moro. Informação do colunista Lauro Jardim, do O Globo, mostrou que João Eduardo Barreto Malucelli, filho do desembargador, é sócio do escritório de advocacia de Moro e da deputada federal Rosângela Moro (União). A corregedoria do CNJ estipulou prazo de cinco dias para que Malucelli se explique.

Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato e prestou serviços para empreiteiras que foram alvos da operação. Atualmente vivendo em Madri, ele tem dupla cidadania. Recentemente o advogado prestou depoimento ao juiz Eduardo Appio, atual responsável por ações da Lava Jato, no qual acusou Moro e Dallagnol de extorsão.

Após a acusação, Appio determinou que o caso fosse encaminhado ao STF, já que Moro e Deltan são parlamentares e têm a prerrogativa do foro privilegiado. Tanto Moro como Dallagnol negaram as acusações feitas por Duran.

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