Sarto reclama de "pouca interlocução" com Elmano: "Está abaixo do que eu esperava"
O prefeito de Fortaleza, que está em Brasília em busca de recursos para a capital, cobra mais diálogo com o governador do EstadoO prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT) reclamou nesta terça-feira, 11, da "pouca interlocução" entre o governador Elmano de Freitas (PDT) e a gestão da Capital "Está abaixo do que eu esperava", apontou o pedetista, que está em Brasília para participar de uma série de reuniões com ministros do Governo Lula e parlamentares.
Sarto afirmou, em entrevista ao O POVO, que tem uma "excelente" relação com o governador petista, mas que, do ponto de vista administrativo, está encontrando dificuldades. Algo que ele espera superar quando o petista encontrar espaço em sua agenda.
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"Já coloquei que estou aguardando que o governador, a depender de sua agenda, possa marcar pra gente conversar institucionalmente, porque eu sou prefeito de Fortaleza, que é a capital do Estado do Ceará, e a gente, independentemente de questão partidária, ele pertencente a uma partido e eu pertencente a outro. Até ontem, estávamos juntos em uma coligação no Estado do Ceará, a gente, como pessoas adultas, crescidas, maduras, a gente discutir administrativamente que projetos temos juntos para Fortaleza", destacou.
Questionado sobre os primeiros 100 dias do governo Elmano, completados nesta segunda-feira, 10, o prefeito afirmou que "ainda é pouco tempo pra você vaticinar qualquer prognóstico", mas voltou a cobrar diálogo com o chefe do Executivo. "O contexto macroeconômico internacional, nacional e regional não é favorável. Tem que ter muita habilidade, tem que ter muita força de trabalho, muita energia positiva, diálogo",
Sarto e Elmano estão com as relações mais estremecidas desde o anúncio do reajuste na tarifa de ônibus de Fortaleza, no início de março. O prefeito jogou nas costas do governo estadual a culpa pelo aumento, devido ao fim de subsídios garantidos durante o pico de pandemia de Covid-19 - R$ 3 milhões por mês -, ainda durante o governo de Camilo Santana (PT), hoje senador. O governador rebateu as críticas, afirmando que Sarto tentou "transferir responsabilidade" e alegando que o Estado já abre mão de outros recursos referentes ao transporte público em Fortaleza, além de precisar investir em outras áreas e regiões do Ceará.
“O Governo do Estado ajuda a manter o transporte público da Capital há muitos anos com cerca de R$ 30 milhões/ano, através da redução em 66% na base de cálculo do ICMS do Diesel. Além disso, em 2021, deu um apoio financeiro extra para o município, pelo fato do prefeito alegar dificuldades financeiras naquele momento (da pandemia de Covid-19)”, justificou Elmano.
Além disso, ambos estiveram em campos opostos nas eleições de 2022, quando Sarto apoiou a candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que acabou em terceiro lugar, atrás do próprio Elmano e do ex-deputado federal e atual secretário de Saúde de Maracanaú, Capitão Wagner (União Brasil). Agora, uma parte do PDT, sob liderança de RC, defende que a sigla seja oposição à gestão petista. Sarto, por sua vez, cobrava uma contrapartida para o apoio de seu partido a Elmano: que o PT também apoiasse sua administração na Câmara Municipal, algo que já foi descartado pelo comando da legenda.
com informações do repórter João Paulo Biage, de Brasília