Haddad: governo quer reduzir privilégios de empresas que estão "mamando no orçamento"

"Vamos escancarar isso para o país tomar uma decisão sobre o que ele quer ser", afirma Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira, 6, que considera o sistema tributário brasileiro “muito injusto" e que o governo Lula (PT) prevê a cobrança de impostos de grandes empresas para reduzir as regalias dos super-ricos que, segundo ele, estão “mamando no orçamento público”.

“Eu, como cidadão, considero muito injusto nosso sistema tributário. Não acho justo fazer recair ajuste (fiscal) sobre quem está precisando de um empurrão para subir na vida, para crescer e para se desenvolver. E manter essas tetas abertas pelo orçamento, sem transparência”, afirmou.

“A minha vontade é listar o que está acontecendo. Para onde está indo o dinheiro público? Quando o cidadão souber o que está acontecendo, ele vai se indignar. ‘O meu salário não sobe para esse bilionário continuar mamando no orçamento público?”, continuou. “Vamos escancarar isso para o país tomar uma decisão sobre o que ele quer ser”.

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O titular da Fazenda defende a necessidade de cobrar impostos de quem não paga e pretende restringir empresas que recorrem aos benefícios fiscais concedidos por estados via Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de abaterem o Imposto sobre Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) ao fechar brechas legais para essa opção quando a atividade é de custeio (autorizando apenas para investimentos).

O Brasil patrocina custeio de empresas no patamar de R$ 88 bilhões, de acordo com estimativas da Fazenda. O ministro pontua que o governo pretende tributar cerca de 500 corporações de grande porte que estão inseridas nesta categoria. “Não estamos falando da pequena empresa, da média empresa, não estamos falando sequer da grande empresa. Estamos falando de enormes empresas”, explicou Haddad.

O ministro acrescentou que um cálculo elaborado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, aponta que o país deixa de captar cerca de R$ 300 bilhões com distorções tributárias.

“Ele [Roberto Campos Neto] próprio fez exercício no Banco Central sobre o rol de barbaridades do nosso sistema tributário, que está beneficiando quem não precisa, ele chegou à conta de R$ 300 bilhões”, declarou.

Haddad afirmou ainda que a decisão final cabe ao Congresso Nacional. “Se ele (Congresso) não quis fazer com que as empresas bilionárias peguem um pouco a mais (imposto) do que pagam hoje, porque pagam muito pouco, ele vai ter que olhar para o outro lado e cortar na carne de quem não tem, de quem está no osso”, concluiu.

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