Camilo diz que Novo Ensino Médio não deve ser revogado: "Voltar ao passado não é o caminho"

A reforma tem como objetivo garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros

O ministro da Educação, Camilo Santana, sinalizou que o governo Lula não deverá ceder às pressões para revogar o Novo Ensino Médio. De acordo com o ministro, as mudanças precisam estar alinhadas com “as realidades atuais do mundo de hoje”. A declaração foi feita durante palestra no Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide) nesta sexta-feira, 31.

"Este é um debate que nós não podemos mais errar. Então, simplesmente revogar e voltar ao passado, eu não vejo que é o caminho. Nós temos que construir e fazer mudanças, adaptar as realidades, mas com diálogo nas condições reais dos estados executá-las, implementá-las”, afirmou Santana.

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O ministro pontuou que há necessidade em discutir a reforma com os gestores estaduais, tendo em vista que muitos estados não dispõem de recursos necessários para a realização dos novos itinerários."Quando o Ministério da Educação vai implementar uma política que mexe com a educação básica, que mexe com o Ensino Médio, quem é que executa a política do Ensino Médio no Brasil? São os Estados brasileiros, então você precisa fazer esse diálogo, ouvir os professores, os alunos, ouvir o que foi a proposta", disse. 

"O problema é que muitas vezes nem todo Estado pode oferecer em toda escola, pode oferecer as oportunidades deste itinerário às vezes uma escola só oferece um itinerário de sei lá, matemática, quer será uma um aprofundamento da matemática. O aluno não gosta de matemática, a vocação dele é é português. Então, como é que ele vai fazer?", debateu Santana.

Para debater sobre a proposta, Camilo afirma que uma comissão formada por especialistas do MEC foi criada. "Nós criamos lá um uma comissão formada especialistas do médico, representantes dos estados, do Conselho Nacional de Educação, pra que a gente possa discutir melhor o ensino médio, nós precisamos ter um ensino médio adaptado às realidades atuais do mundo hoje. Porque senão, se não for um ensino médio que seja atrativo, que seja coerente com a realidade de hoje, vamos continuar perdendo os nossos jovens", ponderou. 

O ministro da Educação têm sido pressionado para revogar a proposta. "Onde eu ando tem uma turma 'revoga, ministro', quem revoga não sou eu, tem uma Lei, quem revoga é o Congresso", prosseguiu. "Quem você vai ouvir primeiro? são os secretários estaduais de Educação, eles não querem que revogue, eles querem que discutam, que corrijam e que a gente possa aperfeiçoar, melhorar e corrigir, que há distorções, nós não podemos deixar de gente citar", finalizou. 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determinou uma alteração na estrutura do ensino médio, aumentando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

A reforma tem como objetivo garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros, bem como a aproximar as escolas à realidade dos estudantes nos dias atuais. 

 

 

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