Há "indícios concretos" de que Bolsonaro tentou reaver joias sauditas, diz PF
Bolsonaro deve prestar depoimento próxima quarta-feira, 5 de abril.
19:24 | Mar. 31, 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter tentado reaver conjuntos de joias dadas de presente pela Arábia Saudita, em 2021, por haver “indícios concretos”, segundo a Polícia Federal (PF).
Segundo o órgão, o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, assinou um ofício solicitando “autorização para retirada” das joias “por um representante”, por demanda do “Senhor Presidente da República”.
As informações são do jornal O Globo. As joias avaliadas em R$ 16 milhões foram apreendidas pela alfândega da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021. Segundo a defesa de do ex-mandatário, Bolsonaro nunca "pretendeu locupletar-se ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”.
O ex-presidente voltou ao Brasil nesta quinta-feira, 30, e deverá prestar depoimento na próxima quarta-feira, 5 de abril. Mauro Cid também deve dar seu relato em relação ao caso. Bolsonaro ainda levou um terceiro pacote de jóias dadas pelo regime da Arábia Saudita quando deixou o mandato, no fim de 2022. O estojo inclui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes.
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O terceiro conjunto, diferentemente das outras duas caixas enviadas a Bolsonaro, foi recebido em mãos pelo próprio ex-presidente, quando esteve com sua comitiva em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riad, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 10 de outubro de 2019.
Bolsonaro explicou a procedência da terceira leva de joias. Segundo ele, “os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência da República conforme legislação em vigor”.
Após o jornal O Estado de S.Paulo divulgar que autoridades tentaram entrar ilegalmente no país com os objetos valiosos, as suspeitas de que Bolsonaro tenha ligação direta com a situação cresceram. Segundo advogados, as ações do ex-presidente podem ser categorizadas por descaminho, peculato ou lavagem de dinheiro, a princípio.
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