Lista de facção que cita cearenses inclui despesa com famílias de envolvidos em chacina
O mesmo documento de facção criminosa, apreendido em operação da Polícia Federal, que faz referência a políticos e advogados cearenses também menciona despesas com os acusados de serem mandantes da chacina do Forró do Gago, em Fortaleza
20:45 | Mar. 29, 2023
No material apreendido pela Polícia Federal na operação "Sequaz", são listadas despesas relacionadas a uma pessoa mencionada como "cliente Gilberto". Trata-se de Gilberto Aparecido dos Santos, o "Fuminho", suspeito de ser um dos mandantes do assassinato de Gegê do Mangue e Paca, ex-líderes da facção criminosa PCC, em Aquiraz, em 2018. A relação aponta autoridades — políticos, inclusive prefeito e deputado, ex-promotor — e advogados. Mas não diz qual relação eles teriam com o assunto. Entre as despesas consta também o atendimento a familiares de dois dos réus de uma das maiores chacinas da história do Ceará.
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Na listagem de despesas consta: "Atendimento a família dos irmãos Noe e Misael CE" (sic). Refere-se a Noé de Paula Moreira e Misael de Paula Moreira. Eles são acusados de envolvimento com a chacina do Forró do Gago, que matou 14 pessoas no bairro Cajazeiras, em Fortaleza, no dia 27 de janeiro de 2018. Na época, foi a maior chacina da história do Ceará, superando a chacina do Curió, de novembro de 2015.
Noé é apontado como um dos responsáveis por planejar e autorizar a realização da chacina. Misael é acusado tanto de planejar como de executar a matança.
A operação Sequaz, tornada pública na semana passada, apontou a existência de plano para sequestrar ou até matar autoridades, inclusive o ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
O papel atribuído à facção criminosa PCC consta em pedido de prisão preventiva e foi tornado público na semana passada, com a retirada do sigilo do inquérito pela juíza da 9ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt.
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