"O senhor não tem decência?", rebate Moro após Lula chamar plano do PCC de "armação"

Senador definiu fala do presidente como "infeliz"

O senador e ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil-PR) criticou as falas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que suspeita que o parlamentar ser alvo da facção PCC seja uma “armação”. As declarações de Moro foram dadas à CNN, em entrevista nesta quinta-feira, 23.

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Sérgio Moro direcionou indagações ao presidente, criticando sua conduta: “Então quero perguntar ao senhor presidente da República: O senhor não tem decência? O senhor não tem vergonha com esse seu comportamento? O senhor não respeita a liturgia do cargo? O senhor não respeita o sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita o combate que os agentes da lei, e aqui eu me incluo, como ex-ministro da justiça e, antes, juiz, o combate que nós fizemos ao crime organizado”.

O senador continuou repudiando as falas de Lula e ainda declarou que não admite que o petista “trate um assunto dessa severidade e dessa gravidade dando risada e mentindo à população brasileira, sugerindo que poderia ser, de alguma forma, uma armação feita”.

Lula afirmou que “se for mais uma armação, Sérgio Moro ficará mais desmascarado ainda”, nesta quarta-feira, 22, e chegou a dizer que a armação "é visível”.

“Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso e vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e ficar sabendo da sentença”, disse.

Moro rechaçou a ideia de que teria sido uma armação, destacando que foi informado sobre o plano do PCC pelo Ministério Público. O senador classificou a fala como uma “declaração infeliz”.

O senador ainda comentou novamente sobre as falas de Lula na terça-feira, 21, que, quando esteve preso, só ficaria bem "após foder" com o ex-juiz da Lava Jato. Ele observou que gostaria de “no mínimo” uma retratação e que “se acontecer alguma coisa com a minha família, a responsabilidade está nas costas deste presidente da República”.

Moro pediu apoio do Governo Federal ao projeto de lei para punir quem planeja atentados contra autoridades como uma forma de "se redimir" após a declaração na terça-feira, 21.

O Projeto de Lei, apresentado nesta quarta-feira, 22, prevê "a criação de crimes específicos para punir atos de planejamento de atentados contra autoridades públicas". A proposta legislativa é uma resposta ao planejamento do assassinato do ex-juiz e de outras autoridades, alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) também desta quarta-feira. Até o momento, nove pessoas foram presas.

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