Ex-secretário do DF diz que Exército suspendeu desmonte de acampamento
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Júlio Danilo Ferreira disse nesta quinta-feira (24) que o Exército não autorizou o desmonte do acampamento montado em frente ao Quartel-General.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o delegado afirmou que a operação, com participação de policiais do DF, estava marcada para o dia 29 de dezembro de 2022, mas foi cancelada. De acordo com ele, os militares fariam a retirada por conta própria.
Notícias relacionadas:
- PGR denuncia mais 150 investigados por atos antidemocráticos.
- Moraes mantém prisão de 294 acusados por atos antidemocráticos.
- Defesa de Torres é contra depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos.
O ex-secretário relatou ter participado de diversas reuniões com o Comando Militar do Planalto para a desmobilização do acampamento e as ações eram suspensas. A pedido dos militares, o Governo do Distrito Federal forneceu apoio na organização do trânsito, limpeza, bombeiros e segurança nos arredores do local.
A Agência Brasil entrou em contato com o Exército sobre as declarações de Júlio Danilo e aguarda retorno.
Na semana passada, também em depoimento à CPI, o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, disse que o Exército dificultou a prisão dos golpistas envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
12 de dezembro
Sobre a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal, no dia 12 de janeiro, Ferreira afirmou que a maioria dos vândalos era de fora de Brasília e estava abrigada no acampamento.
Questionado sobre o fato de não ter ocorrido prisões naquele dia, o ex-secretário respondeu que “a primeira missão era restituir a ordem pública” e “dispersar” os vândalos.
Júlio Danilo ficou no comando da Secretaria de Segurança Pública do DF até a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro. Ele foi substituído por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
Convites
A CPI aprovou convite para ouvir o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto, sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Outro requerimento de convite aprovado é para oitiva do atual ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias. Os generais podem recusar os convites.
* Com informações de Gabriel Brum, da Rádio Nacional de Brasília, e da Agência de Notícias da CLDF