Cid diz que Padilha "vai levar Lula para o buraco" e que PDT pode ter candidato em 2026

O pedetista reforçou as críticas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao dizer que ele "está levando o presidente Lula para uma tragédia" ao manter relação similar a de governos anteriores com o Centrão

O senador Cid Gomes (PDT) criticou a articulação política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao apontar aliança a personagens do Centrão. Cid manifestou preocupação com um "conformismo" com o status quo envolvendo o próprio Centrão e a Câmara dos Deputados. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo.

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“Lira (presidente da Câmara) é só mais um e vai ser mudado. O poder do Lira não é um poder dele, é um poder da presidência, que vinha de pressão junto a governos frágeis. O Brasil não vai mudar só porque tirou o Bolsonaro e botou o Lula. É o Centrão, é o mesmo povo, com a conivência e o entusiasmo do Padilha (ministro das Relações Institucionais de Lula), que é o articulador político”, disse Cid.

O pedetista reforçou as críticas a Padilha ao dizer que ele “está levando o presidente Lula para uma tragédia” ao manter a relação similar a de governos anteriores . “Se a defesa dele é que o Centrão volte a mandar no governo, como mandou nos mandatos do Bolsonaro e do Temer, vai levar o Lula para o buraco. No governo Dilma, o Centrão se revoltou porque não mandou tanto quanto queria”, completou.

Embora teça críticas à gestão federal, Cid é um dos defensores da manutenção da aliança estadual entre PT e PDT no Ceará e entende que o partido deve compor a base do governador Elmano de Freitas (PT). No entanto, reconheceu que foi “voto vencido” durante o processo eleitoral de 2022, quando os partidos romperam e lançaram suas candidaturas.

Sobre as eleições gerais de 2026, o senador entende que o PDT pode, sim, ter candidatura própria ao Planalto, mesmo sendo parte da base de Lula atualmente. “Participar do governo não impede daqui a três anos que o PDT venha ter um candidato a presidente”, pontua. No entanto, o senador alerta que a decisão deve ocorrer com certa antecedência.

“Vamos avaliar metade do governo do Lula e ver: vale a pena continuar? O PDT tem tido suas propostas respeitadas? Tem, então vale a pena fazermos o sacrifício. Não tem, então vamos nos preparar para termos um candidato”, finalizou.

Em 2022 e em 2018, o ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), irmão de Cid, foi o candidato do partido à Presidência da República, mas acabou derrotado em ambos os pleitos, sem conseguir ir ao segundo turno nas duas ocasiões.

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