Sem provas, Bolsonaro associa plano de executar Moro à esquerda e relembra facada
Operação deflagrada pela PF descobriu que criminosos planejavam sequestrar e matar Sérgio MoroApós o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino revelar um plano de execução contra o senador Sérgio Moro (União Brasil), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou em suas redes sociais, sem provas, que a “esquerda” está vinculada a esse tipo de conduta e que os atentados contra os parlamentares da direita não podem ser apenas uma "coincidência".
“Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda”, escreveu Bolsonaro.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
VEJA
- Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 22, 2023
-Nossa solidariedade a Sérgio Moro, Lincoln Gakiya e famíliares. A CPMI assombra os inimigos da democracia.
Na manhã desta quarta-feira, 22, a Polícia Federal realizou uma operação que revelou que integrantes do PCC, facção criminosa de São Paulo, planejavam sequestrar e assassinar servidores públicos e autoridades, tais como o ex-juiz, e agora senador, Sérgio Moro, e o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya.
O ex-presidente acusa a esquerda de ligação direta com o atentado a faca contra ele nas eleições de 2018, e compara o caso com o assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, em 2002.
O ministro Flávio Dino, por sua vez, criticou a declaração do ex-mandatário, afirmando que a vinculação é “leviana”. “Eu faço essa declaração dizendo que é vil, dizendo que é leviana, dizendo que é descabida, qualquer vinculação a esses eventos com a política brasileira”. E acrescentou “Eu realmente estou espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria. Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo", pontuou o ministro nesta quarta-feira, 22.
Dino ponderou ainda que as discussões políticas no País precisam ser tratadas com maior seriedade, e afirmou que a fala do presidente Lula (PT) contra Moro, durante recente entrevista, não deve ser tirada de contexto. "Não se pode pegar isoladamente uma declaração de ontem. Ontem, literalmente, e vincular à investigação que tem meses. Em que o nosso governo e em que a Polícia Federal, atuando de modo técnico e independente, cumpriu a lei e obteve um êxito extraordinário. Mostrando que nós não temos nenhum aparelhamento político do Estado nem a favor nem contra ninguém", completou.
A declaração à qual Dino se refere foi proferida por Lula durante entrevista ao site Brasil 247, nesta terça-feira, 21. Ao ser questionado sobre a operação Lava Jato, comanda à época pelo então juiz Sérgio Moro, o presidente afirmou que, quando estava preso, disse que só ficaria feliz depois de "foder o Moro", que condenou Lula a nove anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O petista foi preso após a decisão ser confirmada em segunda instância.