Jaques Wagner afirma que associar Lula a plano de execução contra Moro é "viagem lunática"
Declaração polêmica do presidente contra Moro repercutiu nas redes sociais e gerou uma teoria da conspiração de que a fala instigou criminosos do PCC a elaborarem plano de sequestro e execução
15:40 | Mar. 22, 2023
Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, acredita que associar recente declaração do presidente Lula (PT) ao plano de execução contra o senador Sérgio Moro (União Brasil) é “viagem lunática”. Durante entrevista nesta terça, o petista compartilhou momentos de quando esteve preso e revelou vontade de "foder" Moro.
Ao Uol, Wagner declarou que os fatos não estão correlacionados e que, caso o presidente soubesse da investigação, não teria mencionado o nome de Moro. “Se o Lula soubesse da operação, seguramente ele não falaria isso na véspera. Aí seria como batom na cueca. Óbvio que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Para mim, é viagem lunática desse pessoal”, afirmou.
A declaração do presidente @LulaOficial a respeito do senador @SF_Moro foi totalmente tirada do contexto. É óbvio que se o presidente soubesse da operação da PF, seguramente ele não falaria isso na véspera. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
O líder do governo defendeu Lula e afirmou que é compreensível que o presidente tenha proferido tais palavras, tendo em vista que sofreu uma "injustiça". "Para mim, está no campo do compreensível alguém falar que quer ferrar alguém que cometeu uma injustiça, como ficou comprovado depois de mantê-lo preso por mais de 500 dias", disse.
A pontuação de Jaques Wagner faz referência a uma declaração que o presidente Lula fez durante entrevista ao site Brasil 247, nesta terça-feira, 21. Ao longo da conversa, Lula mencionou que, quando esteve detido, recebeu visitas de procuradores que o perguntaram se estava tudo bem. “Não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro”, respondia.
A declaração do presidente repercutiu nas redes sociais e gerou uma teoria da conspiração de que a fala instigou criminosos do PCC, facção criminosa de São Paulo, a elaborarem um plano de sequestro e execução de servidores públicos. A ação tinha como alvo o senador Sérgio Moro e o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya.
Sem provas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou nas redes sociais que a “esquerda” está vinculada ao episódio. “Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda”, escreveu o ex-mandatário.
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