Quem é Alberto Youssef e por que ele foi crucial para a Lava Jato
Colaboração de Youssef, por delação premiada, deu fôlego à Operação Lava JatoA Polícia Federal prendeu novamente, nesta segunda-feira, 20, o doleiro delator da Lava Jato Alberto Youssef. Considerado um dos “pivôs” da Operação, sua prisão em 2014 foi uma das primeiras por consequência das investigações.
Youssef foi condenado pela primeira vez em 2003 e foi o primeiro a utilizar o acordo de delação premiada ao ser condenado pelo Caso Banestado, que apurou esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro via contas “Carta Circular 5”.
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No ano de 2014, ao ser preso na Lava Jato, Youssef perdeu os benefícios de seu primeiro acordo de delação em 2003 por ser criminoso reincidente. Na nova tentativa, ele tinha contra si a Lei de Organizações Criminosas, nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, que esclareceu as regras dos benefícios. As investigações contra ele iniciaram após suspeitas de que Youssef havia presenteado o então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
O doleiro assinou seu segundo acordo de delação premiada em setembro, após quase três meses de negociações. Seu depoimento sobre a Lava Jato continha 58 anexos de temas que revelava e uma limitação de pena de três anos de cadeia.
As declarações de Youssef em 2014 desencadearam um efeito em cadeia entre os investigados da Lava Jato: foram 164 acordos em quatro anos de investigação, sendo 80 desencadeados pelos relatos do doleiro. Empreiteiras como Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez se tornaram alvo de investigações após depoimentos de Youssef.
Estas colaborações premiadas, mantidas por Cortes superiores, serviram para impedir o encerramento da operação ainda em seu ano de origem.
Em 2016, o doleiro fechou outro acordo de delação premiada e migrou sua condenação para prisão domiciliar.