Lula chora ao lembrar de prisão: "Quantas vezes fiquei ali olhando para o teto"
Lula admitiu, durante a entrevista, que guarda mágoa de Sérgio Moro, senador e ex-juiz da Lava JatoAo relembrar os momentos em que esteve preso em decorrência da Operação Lava Jato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confessou que passou por momentos "ricos e de muito aprendizado" quando esteve preso em Curitiba após condenação em segunda instância. “Quando fiquei na cadeia, foi um momento muito rico de resistência. Quantas vezes fiquei ali olhando para o teto…”, relatou, emocionado.
Durante a entrevista ao site Brasil 247, Lula mencionou a morte da ex-esposa, Marisa Letícia, e afirmou que estava ciente de sua inocência. “Quando você tem convicção da sua inocência, não tem medo de brigar. Tive muita mágoa. A morte da Marisa [Letícia, ex-mulher de Lula], depois a do meu irmão, quando eu estava na PF [Polícia Federal]; as acusações, leviandades. Você tem que se preparar, não pode se deixar levar”, declarou durante a conversa.
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Lula afirmou ainda que guarda mágoa do ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil), que à época comandava a operação. O presidente mencionou que, quando esteve detido, recebeu visitas de procuradores que o perguntaram se estava tudo bem: "Não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro”, respondia.
Moro condenou Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá, em São Paulo. O presidente ficou detido de abril de 2018 a novembro de 2019, após a decisão ser confirmada em segunda instância.
“De vez em quando, ia um procurador para visitar e ver se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores lá e perguntavam: ‘Tudo bem?’. Eu falava: ‘Não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro‘”, confessou Lula. Logo em seguida, o presidente pediu para que cortassem a palavra de baixo calão. “Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí”, e continuou: “Eu falava assim: ‘Eu estou aqui para me vingar dessa gente, eu falava [isso] todo dia que eles entravam lá”.
O presidente pontuou que a “Lava Jato fazia parte de mancomunação estrangeira. Foi coisa que envolveu toda a América Latina, para destruir. Porque empresas da construção civil brasileira estavam conquistando espaço no mundo todo. Estava dominando países”.