Moraes ironiza fake news bolsonarista sobre sua prisão: "Teve até gente comemorando, né?"

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda comentou sobre uso de fake news e a "exploração indevida das redes sociais". "Não é possível tratarmos as redes sociais como terra de ninguém"

19:43 | Mar. 13, 2023

Por: Mariana Lopes
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ironizou a situação em que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditaram que ele foi preso, por conta de informações falsas divulgadas na internet. “É um negócio impressionante. Tem gente que ainda acredita nisso. Gente de todo tipo, de todas as faixas econômicas e culturais", disse.

A chamada "fake news" de que ele teria sido preso após as eleições brasileiras do ano passado foi divulgada enquanto bolsonaristas estavam acampados em frente a quartéis generais, em atos antidemocráticos. Moraes comentou sobre o caso durante o seminário "Liberdade de Expressão, Redes Sociais e Democracia", da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.

“É mais fácil convencer as pessoas com essa notícia fraudulenta do instrumento. 'Ah, vamos prender o ministro Alexandre de Moraes'. Teve até gente comemorando, né? Ajoelhada, agradecendo aos céus”, declarou.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda comentou sobre uso de fake news e a "exploração indevida das redes sociais". "Não é possível tratarmos as redes sociais como terra de ninguém. Nós achamos que é um metaverso e que lá você pode praticar tudo que na vida real você não pode”, disse durante seminário.

Prosseguindo sobre o assunto, Moraes também falou sobre regras nas plataformas digitais. “A regra, a meu ver, é muito simples. (...) O que você não pode fazer na vida real, você não pode fazer escondido, covardemente, nas redes sociais. É simples isso. Agora, como responsabilizar, ir atrás do anonimato, essa é uma outra questão", afirmou.

“A lei vale para o real e para o virtual. A Constituição veda o anonimato no real e no virtual. Por que eu posso ficar me escondendo atrás de um robozinho no virtual para ofender e ameaçar as pessoas? Por que posso criar gabinetes de ódio para ferir a democracia no virtual? No real, eu não faço, porque não tenho coragem, porque a legislação está de olho”, completou.