Padre Júlio é ameaçado e interrompido aos gritos por homem durante missa

O rapaz foi detido pela polícia e levado a uma delegacia. O padre Júlio tem enfrentado conflitos com os moradores da Mooca, em São Paulo

17:08 | Mar. 10, 2023

Por: Filipe Pereira
PADRE Júlio Lancelotti é coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo (foto: ADRIANA SPACA / AE)

O Padre Júlio Lancellotti foi alvo de ataques por um homem durante missa na Mooca, zona leste de São Paulo. Um homem invadiu a missa minutos antes da distribuição do café da manhã para população em situação de rua, e disparou ameaças ao sacerdote. O rapaz foi detido pela polícia e levado a uma delegacia. 

O padre é conhecido por acolher pessoas em situação de rua em São Paulo. O homem ainda não identificado gritou que o padre comanda uma "quadrilha" e "protege vagabundos", segundo relatos do pároco. 

Agressão e ameaças pic.twitter.com/WHb50GZmwJ

— JULIO LANCELLOTTI (@pejulio) March 10, 2023

O gestor de projetos e ativista social Lucas Louback, que esteva presente no local, filmou o ocorrido. "Ódio ao ponte. Ódio à caridade e justiça", disse em seu perfil no Twitter.

Durante o momento da Eucaristia celebrada pelo padre @pejulio otti um homem interrompeu a violentamente missa. Isso ocorreu minutos antes a distribuição do café para população em situação de rua e vulnerabilidade.

Aporofobia.

Ódio ao ponte. Ódio a caridade e justiça pic.twitter.com/c3SAgboMk5

— Lucas Louback Silva (@llucaslouback) March 10, 2023

Uma reportagem do Uol informou que o Padre Júlio tem enfrentado conflitos com os moradores do atual bairro onde realiza o trabalho social. O centro comunitário São Martinho de Lima mudou recentemente de endereço para o bairro, após uma vistoria indicar que o imóvel necessitava de consertos estruturais. Um grupo de moradores protestou.

A presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Mooca, Wanda Herrero, disse ao jornal Folha de S.Paulo que a mudança foi indesejada. "A calçada é estreita e, se montarem barracas ali, os moradores não vão poder passar na calçada", afirmou. O religioso denunciou o caso à polícia.