Além das joias sauditas, acervo privado de Bolsonaro contém 44 relógios e 74 facas
Durante os quatro anos de governo, Bolsonaro colecionou mais de 19 mil itens em seu acervo pessoal
15:51 | Mar. 10, 2023
O acervo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) integra não só as joias sauditas trazidas ao Brasil de maneira irregular, mas também 44 relógios, 74 facas, 54 colares, 112 gravatas, 618 bonés, 448 camisas de futebol e 245 máscaras de proteção facial. Munição e colete à prova de balas também foram encontrados no lote.
De acordo com uma lista elaborada pela Presidência para atender às solicitações feitas por meio da Lei de Acesso à Informação, Bolsonaro colecionou mais de 19 mil itens durante os quatro anos de mandato. Grande parte dos presentes oferecidos a Bolsonaro por autoridades nacionais e estrangeiras, empresas e figuras públicas pode ser composta por “mimos simbólicos”. No entanto, como os valores exatos desses presentes não foram declarados, eles não podem ser considerados itens de luxo, apenas as joias encontradas na mala de Albuquerque podem ser tituladas com tal.
Outros itens advindos do governo da Arábia Saudita foram encontrados no acervo, todavia, por falta de informações sobre a grife e o modelo dos artigos, não é possível estimar seus preços. Os presentes dos sauditas encontrados no acervo de Bolsonaro integram um estojo com relógio, caneta, abotoaduras, um tipo de rosário e anel da marca de luxo suíça Chopard.
De acordo com a legislação, o acervo pessoal do presidente da República pode ser vendido desde que respeite o direito de interferência da União após a avaliação de eventual interesse público. Quando se trata de presentes oferecidos por governantes estrangeiros, poucos itens são considerados como pessoais. O Tribunal de Contas da União (TCU) julga como exceção os “itens de natureza personalíssima (medalhas personalizadas e grã-colar) ou de consumo direto (bonés, camisetas, gravata, chinelo, perfumes, entre outros)”.
Ainda que a venda seja permitida, o ministro do TCU, Augusto Nardes, proibiu que Bolsonaro use ou comercialize os presentes oferecidos a ele pelo governo da Arábia Saudita. O lote de joias enviado como presente à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi avaliado em R$ 16,5 milhões de reais, e contém um colar, um anel, um relógio e brincos com pedras de diamantes. A caixa foi apreendida no Aeroporto de Guarulhos pela Receita Federal, por isso, não foram incorporadas ao acervo pessoal do ex-presidente.
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