Deputados dividem defesa entre Sarto e Elmano após anúncio de aumento da passagem

Deputados do PT e PDT estiveram em sessão da Assembleia Legislativa do Ceará nesta quarta-feira, 8, para rebater acusações trocadas por José Sarto e Elmano de Freitas

O embate político que envolve o anúncio de aumento da passagem de ônibus em Fortaleza esteve presente em sessão da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) na manhã desta quarta-feira, 8. Deputados do PDT e PT estiveram na Casa dispostos a sustentar as posições diferentes defendidas pelo prefeito, José Sarto (PDT), e pelo governador Elmano de Freitas (PT).

Os pedetistas Antônio Henrique e Cláudio Pinho, ambos opositores mais ferrenhos à gestão estadual, estiveram em plenário e defenderam a tese de Sarto no debate. Os parlamentares reforçaram que o Governo do Ceará teria deixado de repassar o valor de R$ 3 milhões/mês para subsidiar a passagem em Fortaleza.

“Eu estive com o prefeito Sarto coincidentemente há pouco tempo atrás e ele confirmou que de janeiro pra cá não recebeu mais nenhum tostão para subsidiar a passagem (...) Os empresários queriam um aumento inclusive maior, o prefeito não concedeu e ainda concedeu uma diminuição significativa para os estudantes da meia passagem”, destacou Pinho.

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O deputado afirmou que o último repasse à Prefeitura ocorreu em dezembro do ano passado. “Se a questão única e exclusivamente é se está tendo o repasse, não teve. O combustível todo mundo sabe que o combustível subiu e se você não está fazendo subsídio esse dinheiro vai ter que vir de alguém e infelizmente foi necessário passar para o usuário”, completou o pedetista.

“O prefeito Sarto autorizou esse reajuste, mas não porque ele deseja e que o objetivo dele seja transferir esse custo para o trabalhador, mas isso por uma falta de continuidade de subsídio”, disse Antônio Henrique, ao também defender a gestão municipal e considerar a falta de repasse dos subsídios pelo Executivo estadual.

O deputado defendeu que a população não pode ser prejudicada “porque está faltando um alinhamento político” em determinadas cidades, “assim como está acontecendo com Fortaleza”. "O cidadão o que tem a ver com isso? O cidadão não quer saber se está caminhando junto ou separado”, indagou Henrique.

Os argumentos dos pedetistas, no entanto, são refutados por petistas na Casa, que se alinham ao discurso de Elmano ao defender que governo deu um apoio financeiro extra para o município em 2021, pelo fato do então prefeito alegar dificuldades financeiras naquele momento.

"Foi um subsídio temporário de socorro à Prefeitura de Fortaleza pela queda do repasse pela situação que estávamos vivenciando naquele momento que foi um subsídio emergencial, conforme vários outros, a nível federal, a nível estadual, bem como outras políticas", defendeu o deputado Júlio César Filho (PT).

O petista acusou Sarto de transferir responsabilidade do transporte regular de Fortaleza para outra instância e pediu que o gestor tenha "humildade" de pedir ajuda ao governo estadual ou outras novas parcerias.

"Agora não é transferindo responsabilidades que as coisas podem continuar acontecendo (...) Se ele quiser pedir ajuda ao governador Elmano estamos abertos. O governador se colocou à disposição", disse o parlamentar. 

O deputado Guilherme Sampaio (PT) também fez críticas a Sarto. "Eu acho que o prefeito precisa fazer a tarefa de casa dele e não ficar buscando e esconder a sua própria incompetência jogando para o estado a responsabilidade que não tem, porque vem colaborando seguidamente com a política de transporte coletivo. Então ele tem que superar seu próprio incompetência e explicar pro povo porque prometeu tarifa zero e ao invés disso aumentou o custo da passagem de ônibus". 

Subsídio

O prefeito José Sarto e o então governador Camilo Santana (PT) anunciaram em 2021 a concessão de um subsídio ao setor de transporte público como medida que auxílio devido a pandemia da Covid-19. Com a injeção de montante de R$ 32 milhões, a passagem inteira foi mantida em R$ 3,60 e a meia em R$ 1,60. A ação chegou a ser aprovada na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. 

Em 2022, para manter a tarifa de ônibus de Fortaleza, a parceria continuou e o subsídio foi mantido com repasse mensal de R$ 6 milhões. Os aportes foram divididos igualmente entre Município e Estado. A passagem inteira ficou em R$ 3,90, um reajuste de 8,33%. A tarifa estudantil aumentou para R$ 1,80.


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