Tasso critica posturas de Lula: "Não veio um Mandela, veio um anti-Bolsonaro"
O ex-senador cearense avaliou que o governo petista tem adotado um radicalismo na política econômica após os embates com o Banco CentralO ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) reclamou da política econômica adotada pelo governo Lula (PT) diante do confronto público com o Banco Central. O político apoiou a campanha do petista no segundo turno das eleições de 2022.
"Estou muito surpreso. Eu não esperava que o Lula e sua equipe viessem nessa linha radical de política econômica. Esse embate com o Banco Central é inteiramente desnecessário", disse Tasso em entrevista ao Estado de S.Paulo.
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"Não é radical só pelo fato de ser de esquerda, que tem propostas boas, mas pelas ideias ultrapassadas, vencidas e que já foram testadas. É radical também pelo tom da agressividade", declarou o ex-senador.
Tasso disse ter tido expectativa de que uma nova gestão de Lula viesse para fazer um "governo para todos", o que avalia não ter acontecido. "Estamos vendo um Lula até raivoso em determinados momentos. Ele mesmo falou que era preciso acabar com o 'nós contra eles'. Não veio um Lula Mandela, veio um Lula anti-Bolsonaro", afirmou.
Lula e lideranças do PT realizaram nas últimas semanas críticas à política econômica adotada pelo Banco Central. O órgão manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano. Em fevereiro, o presidente avaliou como "vergonha" as justificativas do BC para a manutenção da Selic. Ele referiu-se a Roberto Campos Neto, presidente do banco, como "esse cidadão".
"Em relação ao presidente do Banco Central, chegou a ser feito um ataque pessoal. Isso é profundamente prejudicial à economia do país", disse Tasso. PT e PSDB são adversários históricos e rivalizaram nas eleições presidenciais por 20 anos. Em 2022, o cenário mudou após diversas alas tucanas apoiarem Lula para impedir a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).