Eduardo Bismarck quer atrair PT para evitar disputa pela coordenação da bancada

Segundo ele, apenas o PT e o Progressistas ainda não se alinham com seu nome, que já teria chancela de 17 congressistas

Deputado federal e mais cotado para assumir a coordenação da bancada cearense no Congresso, Eduardo Bismarck (PDT) ainda tenta atrair o PT para a sua base de apoio na disputa pelo posto.

“A ideia é que a gente busque evitar a disputa na reunião e que o PT possa fazer parte do arco de apoio da nossa candidatura”, disse o pedetista no último sábado, 4.

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Segundo ele, apenas o PT e o Progressistas ainda não se alinham com seu nome, que já teria chancela de 17 congressistas, entre deputados e senadores eleitos pelo Ceará.

A reunião para definição da nova coordenação deve ser realizada nesta semana, conforme expectativa do parlamentar.

Atual coordenador, o deputado federal Junior Mano (PL) não confirmou a data do encontro, cuja previsão era de que ocorresse logo na semana seguinte à do Carnaval, no início de março.

Além de Bismarck, a deputada Luizianne Lins (PT) também se colocou à disposição para assumir a função de coordenação, uma atribuição que trabalha com articulação de alocação de recursos das emendas para áreas específicas no estado.

Em fevereiro, quando procurada pela reportagem, Luizianne respondeu que a “escolha da coordenação será uma discussão com toda a bancada e que a ideia é se trabalhar para uma decisão consensual”.

Bismarck admite que até agora não conversou diretamente com a deputada, mas ponderou com petistas no Legislativo que “era importante que o PT fizesse parte do apoio, até para facilitar a construção da ajuda ao Governo do Estado”.

Questionado se tratou do assunto com o deputado José Guimarães (PT), o pedetista esclareceu que “ele também aguarda a reunião”.

Em contato com O POVO, o próprio Guimarães já havia sinalizado que, em caso de disputa, vai apoiar Luizianne para a coordenação da bancada.

Nos bastidores, porém, aliados de Bismarck contabilizam 17 votos a seu favor, ante apenas cinco para a parlamentar do PT. O ambiente interno da bancada seria favorável a uma resolução sem votação, ou seja, sem que fosse necessária uma eleição entre os dois nomes postos.

De acordo com um deles, nesse cenário, o risco seria de o PT ficar isolado na confecção do orçamento da bancada se de fato apresentasse Luizianne para uma disputa.

O impasse entre as duas legendas se dá num momento de divergências internas no PDT em relação a possível apoio ao governo de Elmano de Freitas (PT), que não se manifestou sobre o assunto.

No estado, uma ala pedetista ligada ao ex-prefeito Roberto Cláudio quer manter postura opositora a Elmano, enquanto outra, que é majoritária, pretende levar o partido formalmente para a base do governador.

As emendas de bancada são um tipo de emenda de execução obrigatória. De orientação dos deputados e senadores, servem para que eles destinem investimento de parte dos recursos do Orçamento da União.

Em 2023, a bancada do Ceará dispõe de aproximadamente R$ 280 milhões, divididos entre os 25 membros da bancada – 22 deputados e três senadores. Metade da verba é voltada a projetos do Estado, enquanto cabe ao parlamentar apontar o uso da outra metade.

O POVO tentou contato com o deputado Júnior Mano (PL-CE), mas não houve retorno das mensagens.

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