Responsáveis por tentar contrabandear joias para Bolsonaro e Michelle podem ser punidos

As joias eram um presente do regime saudita e estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajara ao Oriente Médio em outubro de 2021

A tentativa do governo Jair Bolsonaro (PL) de entrar ilegalmente no Brasil com um conjunto de joias de diamantes avaliadas em cerca de 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões, é crime de contrabando e todos os responsáveis devem ser punidos, opinou neste sábado, 4, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

As joias eram um presente do regime saudita para o então presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos. Estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajara ao Oriente Médio em outubro de 2021.

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"O fiscal da Receita que impediu esse crime tem que ser profundamente reconhecido. Se fosse para dar uma joia, não de R$ 16 milhões, seria dar uma joia para esse fiscal da Receita, que suportou, não só ele, mas todos, que impediram esse contrabando ilegal, de trazer aquilo que foi recebido por uma comitiva presidencial de forma ilegal para o País. Inclusive há informações de que houve uma tentativa por parte do presidente de forçar uma entrada disso dois dias antes de ele fugir do País", afirmou Padilha à imprensa, após participação na 7ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV) em Botafogo, bairro da zona sul do Rio de Janeiro.

Segundo Padilha, o Ministério da Justiça e o Ministério da Fazenda abriram mais apurações sobre esse tema. "Todos os responsáveis por essa tentativa de ato ilegal têm que ser fortemente punidos", defendeu Padilha. "Nada surpreende em uma tentativa de ilegalidade com essa joia. Não sei para o que era a joia, a apuração vai saber, mas independente do que para que era, é absolutamente repugnante qualquer atitude de um chefe de estado ou um servidor público de querer utilizar de seu poder para cometer um ato de ilegalidade como esse", acrescentou.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais acredita que a queda dos sigilos de 100 anos impostos pelo governo Bolsonaro sobre diferentes temas possa revelar novas ilegalidades cometidas. "Certamente vamos descobrir outras ilegalidades cometidas pelo presidente que fugiu do país quando mais vão se tornando públicos os sigilos de 100 anos que ele mandou praticar. A transparência sobre isso é fundamental, que seja aprofundada até o fim", concluiu.

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