Bolsonaro defende presos por atos golpistas: 'Chefes de família, mães e avós'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, na segunda-feira, 27, os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro que resultaram na depredação das sedes dos três Poderes. "Vai completar dois meses, 900 pessoas presas tratadas como terroristas. Não foi encontrado, quando foram presas, um canivete sequer com elas, mas estão presas. São chefes de família, senhoras, mães, avós", disse ele durante evento na Flórida, nos Estados Unidos.

Ainda segundo Bolsonaro, "a grande maioria sequer estava na Praça dos Três Poderes naquele fatídico domingo, que nós não concordamos com o que aconteceu lá". Desde que golpistas invadiram as sedes dos três Poderes, Bolsonaro tem tentado se desassociar do ocorrido, afirmando que não concorda com a invasão. Durante as eleições, o ex-presidente da República agiu diversas vezes para desacreditar as urnas eletrônicas e colocar em dúvida a confiabilidade do processo eleitoral.

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A Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal mais 80 denúncias contra radicais que participaram dos atos do dia 8. O número de acusações formais chegou a 912.

Como mostrou o Estadão, havia idosos entre os extremistas que invadiram prédios públicos pedindo "intervenção federal", incluindo Fátima Mendonça, de 67 anos, que defecou no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que ia "pegar o Xandão". Após as prisões iniciais, cerca de 599 pessoas foram liberadas por "questões humanitárias" - idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.

Nesta terça-feira, 28, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a soltura de 137 denunciados pelos atos golpistas. Agora, eles poderão deixar o sistema carcerário do Distrito Federal e retornar a seus Estados de origem - ao todo 14 - para o cumprimento de medidas cautelares alternativas, inclusive com o uso de tornozeleira eletrônica.

As prisões de extremistas têm sido questionadas por críticos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que pedem a garantia dos direitos humanos dos presos e cobram que seja cumprido o devido processo legal nas acusações. Hoje, a maioria dos detidos teve prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes.

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