Candidato de Camilo e Elmano, petista é eleito prefeito de Palhano em eleição suplementar
José do Lalá teve 51,27% dos votos. O pleito deste domingo, 5, foi definido pela Justiça Eleitoral após as mortes do prefeito, em 2021, e de seu vice, em 2022, que haviam sido eleitos em 2020
19:45 | Fev. 05, 2023
O município de Palhano, a 158 quilômetros de Fortaleza, foi às urnas neste domingo,5, em eleições suplementares, situação forçada pelas mortes do prefeito Dinho Nunes, em 2021, e de seu vice, Chico do Joaquinzinho, em dezembro do ano passado. Os dois formavam a chapa eleita em 2020. Por 51,27% dos votos, os petistas José Luciano, conhecido como José do Lalá, e Joelma Xavier foram considerados eleitos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) como prefeito e vice-prefeita, respectivamente. Com a vitória, o PT segue à frente do município, como se repete desde 2016.
A dupla eleita neste domingo concorreu contra João Batista de Santiago (PSD), conhecido como Batista da Mariana, e Bier (PSD). Os dois também tinham pleiteado candidatura em 2020, mas acabaram sendo derrotados pela chapa encabeçada por Dinho Nunes. O petista estava em seu segundo mandato, já que em 2016 também derrotou Batista, interrompendo o PSD de seguir na chefia do Executivo.
A eleição marca a continuidade do PT à frente da Prefeitura de Palhano. José do Lalá foi, na eleição de 2020, o vereador mais votado e recebeu apoio de fortes nomes do partido nesta campanha eleitoral. Um deles foi do governador Elmano de Freitas (PT), que ressaltou a continuidade da gestão de Dinho Nunes com a eleição do vereador.
“Nós queremos retomar os projetos e sonhos de Dinho e do povo de Palhano, sonhos importantes para a vida do nosso povo, o sonho da melhoria do hospital, o sonho de um estádio, o sonho na mudança das nossas comunidades”, disse em vídeo poucos dias antes da eleição.
O principal fiador da campanha do novo prefeito foi o deputado estadual Fernando Santana (PT), recém-empossado como vice-presidente da Assembleia Legislativa (AL-CE). O parlamentar mobilizou diversos eventos e compartilhou vídeos e mensagens nas redes sociais.
José do Lalá também recebeu apoio e outros nomes do PT do Ceará como do ministro da Educação, Camilo Santana, da senadora Augusta Brito e do deputado federal José Guimarães, vice-líder nacional do partido. A chapa também teve aceno de políticos de outros partidos como do deputado federal Eduardo Bismarck (PDT).
Diferente de outras eleições suplementares em cidades cearenses, motivadas pela cassação da chapa, os eleitores de Palhano voltaram às urnas pela morte dos candidatos eleitos em 2020. O prefeito Dinho Nunes(PT), conhecido como Dinho do Zé do Honório, morreu em abril de 2021, vítima de Covid-19. Assumiu, então, o vice-prefeito, Francisco Erisson Ferreira (PT), apelidado como Chico do Joaquinzinho. Ele, no entanto, também morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em dezembro do ano passado.
Nos últimos dois anos de gestão, o município foi gerido por quatro prefeitos. Dinho Nunes tomou posse em janeiro de 2021 e ficou até abril de 2021, quando morreu. O vice-prefeito Chico do Joaquinzinho, então, ficou na cadeira de chefe do Executivo por um ano e sete meses, até dezembro de 2021, quando também faleceu.
Após a dupla vacância, a vice-prefeita eleita, Joelma Xavier, na época vereadora pelo PDT, foi empossada como prefeita interina até que uma nova eleição fosse agendada. No entanto, com a mudança de ano legislativo, Simplício Galvão (PSD) se tornou presidente da Câmara de Municipal de Palhano e, seguindo a legislação, também passou a ser prefeito interino.
A solicitação de novas eleições em Palhano diferem das outras marcadas em cidades do Ceará. Em 11 de janeiro, o município de Baixio, no Centro-Sul do Estado, também realizou eleições suplementares, mas a motivação foi pela cassação dos mandatos da chapa eleita em 2020, com Zé Humberto (PDT) e Donizete Cavalcante (PDT). O pleito colocou novamente frente a frente o PT e o PDT. E os petistas, no entanto, mesmo com apoio de nomes fortes da legenda, não conseguiram reverter a vantagem pedetista.
Os municípios de Pacujá e de Iguatu também deveriam sediar eleições suplementares neste domingo, mas tiveram os pleitos suspensos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).O presidente da Corte, Alexandre de Moraes determinou a suspensão da realização de novas eleições até o julgamento do mérito do recurso interposto pelo prefeito Raimundo Rodrigues de Sousa Filho e vice-prefeito José Silva de Abreu, que tiveram os diplomas cassados, após condenação da Corte do TSE. A chapa foi condenada por captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico.
Em decisão semelhante, Moraes também suspendeu o pleito de Iguatu até que o recurso da chapa cassada, do prefeito Ednaldo de Lavor Couras e do vice Franklin Bezerra da Costa, também fosse apreciado pela Corte. Os dois estão afastados do cargo por abuso de poder político.